2006/09/06

Agora explico eu

Não há dúvida de que o Miguel Esteves Cardoso é um assunto tabu, e quem ousar meter-se com ele tem de levar com os seus amiguinhos, de direita ou supostamente de esquerda. Quem se meter com os amiguinhos dele também, que eles funcionam todos em bloco (salvo seja). Todos eles consideram-se muito especiais por pertencerem ao grupinho, influência provável do líder intelectual. Esta gente julga-se eleita, e não me refiro ao “povo eleito” no sentido judaico, apesar de uma regra essencial para pertencer ao grupo ser apoiar-se incondicionalmente as políticas do estado de Israel, mesmo as mais criminosas.
A melhor demonstração do tipo de pessoas que é esta gente (os amiguinhos do Miguel Esteves Cardoso) ocorreu há mais de três anos, no episódio que originou o fim da Coluna Infame. Está certo que a provocação do Daniel Oliveira ao chamar de “extrema direita” ao João Pereira Coutinho surge do nada, é completamente infundada e desnecessária. Mas e a reacção do João Pereira Coutinho? Não se deve à “extrema direita” propriamente dita – deve-se a um membro da “ralé” ter-se atrevido (é mesmo a palavra) a insultar o “Pereira Coutinho”. Provavelmente João Pereira Coutinho gostaria de ter resolvido a questão com um duelo! João Pereira Coutinho tem uma formação oxfordiana, e para ele ter sido abordado assim por um qualquer Oliveira é como se um estudante se atrevesse a frequentar as áreas reservadas a professores. O cavalheirismo é importante, mas mais importante é o “respeitinho”. Toda a sua reacção é de quem foi mimado a vida toda.
Daí que não espante que se diga que o cavalheiro é talentosíssimo, genial e escreve muito bem, mas ninguém do referido grupo se tenha sequer dignado a criticar-lhe os modos. O mesmo pode ser dito relativamente ao seu companheiro de armas, no que diz respeito a textos tão dignificantes como este. A Bomba ainda se dá ao luxo de o destacar. E o bobo da corte, mais preocupado com o Hamlet e o Rei Lear, ainda faz reparos ao penteado de Vital Moreira. Qual é a reacção dos amiguinhos do MEC e das pessoas “cool-tas”? «Ah, o maradona (com minúscula!) é tão engraçado! Ah, o maradona (com minúscula!) escreve tão bem, ele e a Charlotte! E o João e o Alberto! São tão talentosos! São mesmo uns geniozinhos, uns queridíssimos!» Para o que esta gente escreve ou diz, a impunidade é total. Nesse aspecto estão muito bem para o Estado de Israel. Não admira que apoiem as suas acções criminosas incondicionalmente.
Queria ainda fazer um esclarecimento aos muitos visitantes que apareceram aqui ontem a julgar que eu sou “professor”: eu não sou “professor”, embora gostasse de o vir a ser um dia, quem sabe. Dei aulas em Portugal e nos EUA, sempre enquanto estudava. A última vez que dei aulas em Portugal foi há nove anos, quando ainda ninguém sabia o que era um blogue. Os visitantes que aqui vêm não são meus “alunos”. São pessoas livres e que pensam pela sua cabeça – se aqui vêm é porque tomam essa decisão livremente. Não pertencem a nenhuma “seita”, como a dos amigos do MEC e da Bomba, que se lincam mutuamente e são todos lincados pela Bomba, e tratados por “queridíssimos”. Basta entrar no referido Bomba Inteligente para verificar – todos os dias há entradas que são respostas directas e descontextualizadas aos amigos da Bomba (e do MEC), de forma a que quem não pertença ao “grupo” não saiba do que se está a falar, e tenha de ir visitar os outros amiguinhos (que assim partilham os visitantes dos seus blogues). Isto se (há gente para tudo…) alguém estiver interessado no que a Bomba quer dizer. Aquilo é um verdadeiro “chá das tias”. Não me incomoda o sucesso do blogue em si, tal como nunca me incomodou o sucesso da revista Caras; há leitores para tudo. Eu não pactuo é com falta de vergonha na cara, e isso aquela gente não sabe o que é. Em particular, não me incomoda nada ter uma média de cento e poucas visitas por dia, enquanto a Charlotte tem 863 (incluindo os que só lá vão via Google Image Search à procura das muitas imagens que o blogue tem), como o maradona faz questão de recordar. Os meus visitantes, por poucos que sejam, são cidadãos livres que escolhem aqui vir; não são membros de nenhum clube privado nem seguidores de nenhum guru.
Dito isto, eu não quero ter mais nada a ver com esta elite muito orgulhosa de si mesma, apesar de não fazer nada de palpável, mas que supostamente é muito “talentosa”, embora os seus talentos até hoje só tenham sido aferidos em comparação uns com os dos outros. Não quero perder mais tempo com gente (de esquerda e de direita) cujos valores são completamente diferentes dos meus – e aqui é mesmo uma questão de valores de que se trata -, a verdadeira negação da “ética protestante”. Gente que não quer que o país passe da cepa torta. A atenção e o poder mediático que esta gente tem explicam e muito o nosso atraso – só em Portugal estes indivíduos alcançariam o destaque que têm.

14 comentários:

hmbf disse...

Caro Filipe Moura, gosto muito do seu weblog, visito-o quase diariamente, leio-o com atenção, tento ser uma pessoa livre que pense pela sua própria cabeça, o meu weblog já foi linkado pelo Bomba Inteligente umas duas ou três vezes, até constou nos destaques duas vezes, uma delas bem recentemente, e não discordo em absoluto com o que você aqui desabafa. Mas este post era completamente escusado.

Filipe Moura disse...

Caro Henrique,
em nenhum lugar do texto eu afirmo que, só por se ser lincado pela Bomba, se faz automaticamente parte do grupinho! Convém deixar isto bem claro.
Para mim os desabafos são sempre necessários. São indispensáveis... Como diria o Chico, se alguém me desafia e bota a mãe no meio/dou pernada três por quatro e nem me despenteio/que eu já estou de saco cheio.
Um abraço e obrigado pela preferência.

sabine disse...

«Os meus visitantes, por poucos que sejam, são cidadãos livres que escolhem aqui vir; não são membros de nenhum clube privado nem seguidores de nenhum guru.
Dito isto, eu não quero ter mais nada a ver com esta elite muito orgulhosa de si mesma, apesar de não fazer nada de palpável, mas que supostamente é muito “talentosa”, embora os seus talentos até hoje só tenham sido aferidos em comparação uns com os dos outros. Não quero perder mais tempo com gente (de esquerda e de direita) cujos valores são completamente diferentes dos meus».
Só por este excerto deixo aqui os meus Parabens pelo post. Concordo com ele na totalidade, mas este excerto faz a diferença!

zazie disse...

tu és maluco, pá!

":O))))

então eu também fui do Pastilhas, mais o José da GL e o Vasco do Memória e curto muito o maradona e achas-me com cara de tia ou de quem curte Israel?


hãããã? meu ganda doido

ahahahaha

beijocas

zazie disse...

por acaso devo ter sido a primeira pessoa a ser linkada pela BI. Para me insultar à custa daquela velha treta dos tipos feios do É a cultura Estúpido.

Limitei-me a dizer que eram todos bonitos e ficarm lixadas.

Foi mesmo a primeira trica com que apanhei na blgosfera. O que foi óptimo pois assim fiquei logo fora do clube

":O))))

zazie disse...

mas deixa lá que tu tens cá um feitiosinho que só me faz lembrar outro que eu conheço...

eheheh

és danado para arranjar inimigos. Eu ando sempre no fifty fifty. Metade fãs, metade inimigos. Mas com gajas nunca.
Tenho de tal modo pavor a tricas que não tenho inimizades com gajas.

Só amigas; conhecidas; neutras e indiferentes
ehehehe


":OP

zazie disse...

E, aqui para nós, acho sempre que existe uma erta falta de segurança quando uma fêmea diz que não gosta de outra fêmea. É perder tempo, mais nada.

E nun gajo é um bocado falta de charme, acredita. Gajo que é gajo não diz mal de gaja. Pode gozar até dizer chega mas sempre com charme.

Só os feios precisam de dizer mal. É a minha teoria.

zazie disse...

uma erta não, uma certa falta de...

zazie disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Filipe Moura disse...

Zazie, eu falo sobretudo num "clube privado". A existência desse "clube privado" é evidenciada por muitos exemplos como os que eu dei, o mais recente dos quais sendo o post do maradona em defesa da amiga que citei. É provável que esse clube privado tenha tido origem no Pastilhas. Agora, não fazem parte automaticamente do "clube privado" nem todos os membros do Pastilhas, nem todos os leitores do Bomba, atenção!
Anda-me a dar para aqui - para denunciar clubes privados. Primeiro foi a opinião do Dia D; agora, os amigos da Bomba. Não era o meu objectivo dizer mal da Bomba em si, até porque nem a conheço e pessoalmente não tenho nada contra ela. Por isso essa de dizer mal de gajas não cola, embora seja bastante discutível.
A mim não me incomoda o sucesso destes blogues - dentro dos meus valores, e da ética protestante de que falo, está o saber reconhecer o sucesso quando este é merecido. Agora não gosto de tomadas de posição em mandada, acéfalas, ainda por cima para encobrirem insultos!
Beijinhos.

zazie disse...

essa da ética protestante é tão gira.
Não leves a mal mas eu acho-te muita piada.

Nem vale a pena citar o Oscar Wilde mas quanto a clubes é isso mesmo que penso. Nunca pertenceria a um que me aceitasse como membro

":OP

beijocas

Olha, o que me encanita é o clube da censura. E acredita que pelos meus cálculos é mais é esquerda.
Não há gente mais dada ao lápis azul e à defesa da imagem ou do grupo que a malta esquerdalha. Podes crer.
Inventam uma série de truques mas é sempre para o mesmo- ficar-se com a ideia da muralha de aço- da luta contra o raio que os parta e da superioridade da moral proletária.

Fora isso também detesto modas & bordados e jogos florais.

E um dia destes venho cá chatear-te com mais perguntas científico-patafísicas

zazie disse...

Olha, mas temos uma embirração comum, acho eu. Não gosto de negócios.

zazie disse...

e pronto. É assim a vida. Agora vou ali vender um template saó para homens de barba rija

":O.

Ricardo Alves disse...

Filipe,
é necessária bastante coragem para fazer o que estás a fazer.
Mas, honestamente, não me consigo indignar tanto como tu. Popularidade nunca significou qualidade, e isso confirmar-se na blogo-esfera só espanta quem acredita que isto é o reduto de uma elite. Quanto aos grupinhos, os «liberais» que só citam «liberais», os de «direita» que só citam os de «direita», etc, isso faz parte do nosso (natural) tribalismo. Há quem faça parte disso, e há quem não ligue. Talvez devesses não ligar.
(E não, também não compreendo a popularidade de alguns blogues. Mas eu também não compreendo a popularidade do «Morangos com açúcar»...)

Um abraço,