2009/10/30

Pedalar para Fugir do Preconceito

O meu amigo MC faz notar, no Menos um Carro, o texto Pedalar para Fugir do Preconceito. A ler com atenção.

2009/10/29

50 anos de Astérix


A este respeito ler o Klepsýdra.

2009/10/27

A praxe é, sobretudo, um negócio

Notícia do DN:
Os caloiros do ensino superior, em Viseu, estão a ser "usados para aumentar o negócio de alguns bares". As denúncias são dos próprios alunos que acusam os elementos do Conselho de Viriato, o órgão académico que deve zelar pelo cumprimento das regras da praxe, de organizarem festas com os caloiros "pelas quais recebem percentagens do consumo feito nos bares".
Alguns alunos, que também já denunciaram a situação junto da presidência do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), acusam Ana Pinto, presidente do conselho, de "organizar iniciativas da praxe em bares, para onde são levados os caloiros, recebendo depois percentagem pela despesa feita", contaram ao DN vários destes elementos, que temendo represálias, preferem ficar no anonimato.
A presidente do Conselho de Viriato, que para além de ser estudante no IPV, trabalha num bar de diversão nocturna na zona de Jugueiros, ao lado do instituto e onde funcionam mais de uma dúzia de bares, desvaloriza as acusações. "Os alunos praxados têm um percurso, vão aos bares, onde ouvem pessoas a falar sobre diversos temas. Se tiverem dúvidas são retiradas e depois seguem para outro bar", revela a estudante.
A presidente do Conselho de Viriato refere que as denúncias surgem de "guerras entre as casas de diversão nocturna que lutam ferozmente pela presença dos estudantes do ensino superior. E viram-se para mim porque eu oriento mais de 700 alunos e sou um alvo mais fácil", adianta. Embora considere as denúncias "difamatórias" Ana Pinto, que é estudante no Politécnico de Viseu há dez anos, garante que o Conselho de Viriato "vai tomar mais cuidado com as iniciativas que envolvem os caloiros".

2009/10/26

"Café Com Blogues" hoje n'"A Brasileira"

O "Café com Blogues" desta semana, programa da Rádio Universitária do Minho em que participo com o Luís Aguiar Conraria e o Gabriel Silva, vai ser gravado hoje à noite no café "A Brasileira" de Braga, pelas 21:30. Quem estiver pela zona que apareça - a entrada é livre! "É entrar, é entrar!"

2009/10/23

Novidades na blogosfera

O ilustríssimo João Gaspar regressou com o Macaco na Prisão.
Por outro lado, o não menos ilustre Nélson Sousa acabou com o Faxavor. Espero que regresse em breve.
O Marco Robalo (de cujo gabinete escrevo) e mais outros LEFTistas inauguraram o Elefante Quântico. A seguir sem dúvida.

2009/10/21

Michael Green sucede a Stephen Hawking

Numa altura em que um dos pioneiros da teoria das cordas perdeu de vez o tino, é bom ver que a gente com juízo ainda é recompensada. Michael Green, um dos grandes exploradores (e mestres) das supercordas, é o novo professor Lucasiano de Matemática na Universidade de Cambridge, sucedendo a Stephen Hawking, que se reformou e vai para o Instituto Perimeter no Canadá. Green (não confundir com o divulgador - embora também bom físico - Brian Greene) já era professor na Universidade de Cambridge, que optou assim por uma solução interna para a cátedra que já foi de Isaac Newton.

2009/10/20

A grande dúvida sobre o próximo governo

Que professor do Instituto Superior Técnico é que vai ser o futuro ministro da Ciência e Ensino Superior?

2009/10/16

Sobre o "caso Maitê Proença"

Eu nem queria acreditar quando assisti ao abespinhado apresentador Pedro Pinto, do "Jornal Nacional" da TVI, que constantemente referia a "ignorância" de Maitê Proença, numa apresentação "engajada" (Manuela Moura Guedes fez mesmo escola naquela casa). Em que é que consistia essa ignorância?
  • chamar "vilazinha" a Sintra? No português do Brasil, o diminutivo não é depreciativo (ao contrário de, por vezes, em Portugal). Pensem por exemplo nos jogadores de futebol - acaba tudo em "inho". Não há ofensa nenhuma (muito menos ignorância) em um brasileiro referir-se à "vilazinha" de Sintra;
  • dizer que em frente a Belém está "o mar"? Bem, se foi dali que Vasco da Gama partiu, a confusão é legítima. Ninguém sabe muito bem onde acaba o rio e começa o mar naquela zona - a estação de comboio da linha de Cascais chama-se "Alcântara-Mar" e não "Alcântara-Rio". De resto, logo no próprio vídeo a correcção é feita;
  • não saber que o 3 ao contrário é "místico"? Eu também não sabia. E acho que ela tem todo o direito a gozar com o misticismo;
  • a afirmação "o ditador Salazar esteve no poder mais de 20 anos" é matematicamente verdadeira. Sabemos que na linguagem comum "mais de 20 anos" quer dizer "menos de 30", o que relativamente a Salazar é errado. Mas mais grave seria não saber história portuguesa - Maitê tem, pelo menos, noções. Quantos dos que a criticam têm noções de história brasileira? E, já agora, quantos dos que a criticam sabiam que o padrão dos Descobrimentos é uma obra do salazarismo, como Maitê afirmou?
  • Maitê aproveitou para referir-se (num tom jocoso) aos portugueses que elegeram Salazar como "o melhor português de sempre". Creio que a irritação de muito boa gente vem daqui. Apostaria que os críticos mais indignados de Maitê que por aí vemos concordam que Salazar é o melhor português de sempre. Este episódio não pode ser totalmente compreendido sem considerar esta parte do vídeo.
O que eu achei mesmo de muito mau gosto foi a cuspidela na fonte do Mosteiro dos Jerónimos. Mas é uma atitude que só a desqualifica a ela, Maitê Proença. (Compreendo a indignação se se tratar da defesa do património - que péssimo exemplo!) Desqualifica-a a ela e às quatro apresentadoras do programa de televisão, que se riram acefalamente da coisa. Aliás, o vídeo é uma tonteria sem grande ponta por onde se lhe pegue. Não estou aqui a defendê-lo, e até acho bem que se mostre aos brasileiros que essa atitude de se queixarem de Portugal por tudo tem muito de infantil. Mas a quem protagoniza telenovelas como a "Dona Beija" tem que se desculpar muita coisa...

2009/10/15

Seinfeld no Twitter

Uma situação imaginada na Slate:

I Enjoy a Good Tweet
The cast of Seinfeld expounds on the latest Internet phenomenon.
By Frank Ferri
Posted Monday, Oct. 12, 2009, at 3:11 PM ET
INT. JERRY'S APARTMENT—DAY
ELAINE and JERRY are standing around JERRY'S kitchen counter. GEORGE is sitting on the couch typing on a laptop.
JERRY: Again with the Twitter?
GEORGE: What? I can't tweet?
ELAINE: No one said you can't tweet.
GEORGE: Jerry did. Jerry's got a problem with my tweeting.
JERRY: Please, tweet away. Tweet all you want. Tweet your heart out.
GEORGE: I will. I enjoy a good tweet.
ELAINE: Fine, but don't you think it's a bit much with the tweets?
GEORGE: Who are you? The queen of tweets? I think I tweet the perfect amount.
JERRY: You know, you've got to have something to tweet about in order to tweet.
GEORGE: I got plenty to tweet about, baby!
JERRY: No, no you don't. You see, you have the Twitter account and the laptop. But you don't have anything worthwhile to tweet about. No job, no girlfriend, no …

KRAMER enters, nearly knocking over JERRY as he stumbles into the living room.

KRAMER: Giddyup. (Notices George.) What's with Poindexter on the laptop?
ELAINE: He's tweeting again.
KRAMER: My God! You're tweeting all over the place!
GEORGE: I tweet just as often as the next guy. No one stops George Costanza from tweeting!
KRAMER: I ever tell you about my friend Bob Sacamano? Tweeted way too much. (Getting animated.) Tweeted like there was no tomorrow!
GEORGE: So?
KRAMER: (high-pitched) He's dead.
ELAINE: Death by Twitter?
KRAMER: You said it, sister.
JERRY: What's the deal with that 140-character limit, anyway? Like if it was 141, the Internet would break?
GEORGE: Ooh, that's good. Can I tweet that?

LAUGHTER. APPLAUSE. END SCENE.

2009/10/14

Nas Fronteiras do Universo

Ciclo de conferências na Gulbenkian. Hoje às 18 horas fala Alfredo Barbosa Henriques, meu professor de Relatividade e Cosmologia no Instituto Superior Técnico, sobre "O Universo de Einstein". Com transmissão directa online.

2009/10/12

Espinho

Foi finalmente concretizado um projecto muito antigo: o túnel da linha do comboio, que passou a ser subterrânea e deixou de dividir esta cidade em duas. Só que os responsáveis só se preocuparam com o soterramento da linha, e não com o planeamento do que fazer à supefície. Onde antes estavam as linhas de comboio (e uma estação bem bonita), agora está um descampado com vedações, que continua a dividir a cidade, é mais feio, e ninguém sabe bem o que vai lá ser feito. Creio que terá sido esta desorientação que custou ao PS este antigo bastião no conservador distrito de Aveiro.

Margem Sul do Tejo

O Bloco de Esquerda teve derrotas assinaláveis ao não eleger vereadores em Lisboa e no Porto. Só nalguns municípios da margem sul do Tejo atingiu tal desiderato, sendo que em Almada roubou mesmo a maioria absoluta à CDU, que desce à custa do crescimento do Bloco de Esquerda (não do PS). Vai ser um laboratório político interessante, Almada. Falta um vereador à CDU para a maioria absoluta. Elegeram vereadores PS, PSD e Bloco. Não me admiriaria se o acordo mais fácil fosse entre a CDU e o PSD.

Alentejo

No Alentejo, o PS é o voto útil da direita para derrotar a CDU. Já fora assim com Évora há doze anos. Foi agora com Beja e Aljustrel, onde a direita desaparece, sendo que no primeiro caso a CDU perde ganhando votos.

Lisboa

Tal como Carlos do Carmo e tantos outros lisboetas, costumava votar na CDU para as autárquicas. Desta vez votei no PS (e apoiei publicamente a candidatura de António Costa).
Tal como (quase que aposto!) Carlos do Carmo e muitos outros lisboetas, tenho pena que a CDU tenha perdido um vereador, mas não me arrependo de nada. Principalmente porque creio que votei (convictamente) num grande presidente de câmara, mas também porque, como se comprovou, o risco de vitória de Santana Lopes era real. E havia que não dispersar votos, para não voltar a suceder como em 2001. Já da não-eleição de vereadores do Bloco de Esquerda não tenho pena nenhuma. Em qualquer dos casos, o sectarismo foi penalizado.
Tal como (quase que aposto!) Carlos do Carmo e muitos outros lisboetas, votei na CDU para a Junta de Freguesia. Considero os meus votos muito bem empregues. Nenhum deles foi perdido.
Santana Lopes tinha razão ao apontar o "voto útil" em Costa (para a vereação) por parte dos eleitores mais à esquerda, principalmente da CDU, como se comprova com o muito melhor resultado que a coligação teve nas eleições para as freguesias. Já não tem razão nenhuma (e soa a delírio) falar num "acordo secreto" entre PS e CDU ou numa intenção deliberada do PCP em votar no PS para a vereação. Por um lado estes resultados fortalecem Santana: este voto útil mostra que era um adversário temível para a esquerda. Mas por outro lado tornam evidente que a principal preocupação de grande parte do eleitorado era que Santana não fosse eleito. Santana divide os lisboetas quase ao meio: uma parte significativa ainda gosta muito dele, mas a maioria sente por ele uma rejeição enorme. Por muito que já haja quem afirme o contrário, Santana é um dos grandes derrotados da noite.

2009/10/09

A minha declaração de voto em Lisboa

Voto em António Costa. Porque foi o único candidato que fez um esforço efectivo para unir a esquerda. Porque a eleição de Santana Lopes (que seria muito má para a cidade – o triunfo do automóvel privado) é um perigo real, que não se deve subestimar, pelo que não deve haver votos perdidos ou dispersados. Acima de tudo, porquje creio que Costa mostrou, nestes dois anos, que é um excelente Presidente. E, queira-se ou não, é Costa que tem marcado a agenda destas autárquicas lisboetas (o que, contra um adversário como Santana, é notável). Uma pequena mas significativa demonstração deste facto é o desmascarar definitivo das intenções políticas da corporação do automóvel (ao que este clube, que já foi respeitável, chegou!). Independentemente das óbvias motivações políticas do seu presidente, o ACP quer eleger os ciclistas como inimigos. E quem quiser esta guerra perde (é isso que eu costumo dizer aos meus amigos do Menos Um Carro – defender os peões e os ciclistas, mas sem declarar guerra aberta aos automobilistas: convencê-los). Por uma Lisboa sustentável e plural, o meu voto só pode ser em António Costa.

Debate sobre Lisboa (2) – as propostas de Santana

Não tenho a mínima saudade dos tempos de Santana Lopes à frente do município (enm fdo governo) e tudo farei para impedir o regresso ao poder do candidato que quer transformar Lisboa num imenso túnel. Mesmo assim, há duas propostas suas que vale a pena reter (e foram objecto de discussão no debate). Uma dessas propostas é a venda, por parte da Câmara, das habitações por esta detidas aos inquilinos que para isso se mostrarem interessados. Só é pena que Santana não estenda tal proposta a todos os senhorios e todos os inquilinos, mas somente à Câmara (após muitos anos de permanência numa casa um inquilino deveria ter a opção de a comprar e o senhorio a obrigação de a vender – por que não?). A proposta de Santana tem o mérito de ir contra o politicamente correcto (muitas vezes defendido por uma “esquerda”) de que a culpa pelo mau estado das casas é dos inquilinos que pagam rendas baixas. A outra é a não desactivação do Aeroporto da Portela (muito embora seja indispensável a construção de um novo aeroporto na região de Lisboa). Nesta proposta Santana junta-se aos outros candidatos de esquerda, contra António Costa. O que vale é que esta não é uma questão que dependa da Câmara Municipal de Lisboa (depende sobretudo do governo). Haveremos de voltar a ela.

Debate sobre Lisboa (1) – o outro António Costa

O debate de anteontem na RTP foi muito alargado. Excessivamente. Ficámos a conhecer candidatos que preferíamos desconhecer, como o do PNR (que se limitou a defender o uso do carro e a queixar-se da retirada dos cartazes xenófobos do seu partido – o que não é uma questão autárquica) e o do MMS (que por coincidência também se chama António Costa). Este último não sabe que o verbo “intervir” se conjuga como “vir” e não como “ver” (tendo proferido um “intervimos” em vez de “interviemos”). Que falta de mérito! A meio do debate, este António Costa armou-se em Santana Lopes e abandonou a sala (onde nunca deveria ter entrado). Terá ido para a “Conchichina” (uma espécie de China em forma de concha, que também só o seu partido conhece)?

O apoio que faltava

Digna de destaque é a “declaração de apoio que não é uma declaração de apoio” de Manuel Carvalho da Silva a António Costa. Apesar de tudo, o coordenador da CGTP afirmou que é muito importante a vitória de Costa, o que é muito diferente da posição oficial do PCP, para quem “não há diferenças” entre o PS e o PSD. Só é pena que a posição de Carvalho da Silva seja estritamente “autárquica” e não envolva o governo do país. Seria interessante ver Carvalho da Silva afirmar, por exemplo, que a avaliação de professores é necessária (mesmo se em moldes diferentes dos propostos pelo governo), em contraste com mais esta posição lamentável do PCP. Como se pode pensar em coligações de governo entre o PS e o PCP quando este partido defende posições destas?

2009/10/06

Dez anos sem Amália

Entretanto, a SIC parece que vai estrear uma telenovela chamada "Perfeito Coração", aproveitando o (merecido) sucesso da versão do projecto "Amália Hoje". Só espero que os espectadores dessa novela não se esqueçam de que a música chama-se "Gaivota" e era interpretada pela Amália.

2009/10/05

O regresso

Voltou o Conan (à SIC Radical)! Eu não tenho TV Cabo, mas estou contente à mesma.

2009/10/02

A tralha socrática: Augusto Santos Silva



O PS terá que tentar estabelecer pontes e acordos com os outros partidos de esquerda. Sabemos que tais pontes só serão possíveis em casos pontuais, mas o PS não pode ser acusado de não as tentar estabelecer. Por isso terá de se assistir ao afastamento de Augusto Santos Silva, o ministro dos assuntos parlamentares que assumiu que gosta de “malhar” nos partidos à sua esquerda, mas não hesitou, há três semanas, em directo, no “Prós e Contras”, a dirigir-se ao reaccionaríssimo Paulo Rangel como “o meu amigo” (algo que não fez a mais nenhum dos membros dos partidos presentes no programa). Talvez por dois tripeiros serem sempre amigos (por aqui se vê que o Porto é uma cidade pequena). Talvez, mais provavelmente, por o ex-maoísta (mas ainda bem maoísta na mentalidade) Santos Silva preferir qualquer outra alternativa a aliar-se ao PCP. É essa a cultura maoísta portuguesa, também presente em muitos sectores do Bloco de Esquerda (não todos). Convergências à esquerda assim são difíceis. Mas o PS não é o principal culpado de tal facto. Esta semana Santos Silva voltou ao “Prós e Contras”, pela enésima vez. Deve ter alguma avença. Ou então é porque a apresentadora é tripeira (também deve ser “sua amiga”). Que se mantenha como comentador, se ele e Fátima Campos Ferreira quiserem. Mas se o PS quer um mínimo de convergência à esquerda não o pode ter no governo. Muito menos nos assuntos parlamentares.