Está a dar grande polémica o mais recente reality show da TVI, A Bela e o Mestre, por reforçar o estereótipo das mulheres belas e fúteis e dos homens feios e inteligentes. Fui obrigado a ir assistindo a algumas partes na semana passada, ao mesmo tempo que ia lendo qualquer coisa, no domingo (no intervalo do programa desportivo) e na segunda, enquanto aguardava por um filme que à última hora não deu. Estes directos não estavam programados nem anunciados e apanhavam de surpresa o telespectador incauto que esperava ver outro programa, mas são permitidos pela Lei de Televisão que (ainda) vamos tendo. Por pouco tempo, espero.
O Daniel Oliveira espanta-se por não perceber o que fazem no júri Rui Zink e Clara Pinto Correia. Eu vejo Carlos Quevedo e percebo tudo. Num instante tudo faz sentido. Se as participantes no referido programa querem causar boa impressão ao Carlos Quevedo, mostrem-lhe que são capazes do que ele aparentemente mais gosta. Digam-lhe que “hoje acordaram assim...” Não vale a pena (e nem convém) saberem quem é Fidel Castro ou Mikhail Gorbatchov; é preferível afirmarem publicamente que “não respeitam o Islão” ao som da racista judia Sarah Silverman. A mais completa tradução deste programa já existe, na blogosfera portuguesa, há uns bons anos. Admiro-me como as feministas portuguesas não percebem (ou fingem não perceber) isso.
2007/04/03
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7 comentários:
Obrigado!
Então por que é que o Zona Fantasma está parado, logo agora que andava a ser tão elogiado pelo Opus Dei? Tens de voltar a escrever sobre Fátima!
Eh eh eh. Estiveste bem.
:-)
"Estes directos não estavam programados nem anunciados e apanhavam de surpresa o telespectador incauto que esperava ver outro programa, mas são permitidos pela Lei de Televisão que (ainda) vamos tendo. Por pouco tempo, espero."
Um caso sério, realmente. Uma lei que permite aos programadores das televisões definirem e alterarem, a seu talante, a programação das suas próprias televisões é inaceitável. A frustarem as expectativas do teleespactador incauto, os malandros. Esperemos que brevemente passem a ter de enviar a programação com uma semana de antecedência para a ERC e sejam depois obrigados a cumprir escrupulosamente.
"ao som da racista judia Sarah Silverman."
Outro caso sério. Onde é que já se viu, fazer humor com etnias, raças e religiões? Utilizar estereótipos para fazer piadinhas? A segunda ementa está sob o ataque dos humoristas. Outra lei a mudar brevemente, esperemos.
A segunda emenda. Mas a ementa também, com aquelas piadas sobre gordos. Morforacistas.
Ó Filipe,você pensa mesmo isso?
"...a judia racista".
Se a senhora Silverman fosse católica, imagino que o Flipe iría chamar-lhe, "a católica racista", certo?
e se ela fosse muçulmana? Imagino que o Filipe iria chamar-lhe "a racista muçulmana", certo?
A senhora é americana, certo? Imagino que a propósito de cidadãos americanos, o Filipe quando os quer criticar acrescenta sempre a sua condição religiosa, certo?
Ou será que só apenas O JUDEU merece essa sorte?
Hum...parece-me que o Filipe é um Antisemita!
Cristina, o que é que não havia de pensar? A questão da televisão? Sou completamente a favor do controlo de horários. A comparação de "A Bela e o Mestre" com a "Bomba Inteligente"? É evidente que não penso que a autora deste blogue seja burrinha, mas as minhas razões devem ter ficado mais explícitas no meu texto de hoje. A "Bomba Inteligente" repete constantemente uma mensagem de indiferença, quando não de ódio, e toda a gente fica na mesma.
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