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Esta empregada é uma instituição entre os portugueses da Cité Universitaire. É portuguesa, a tuga da cantina. Está nas caixas a receber o dinheiro e dar os trocos. Dava sempre “bonjour”, até que um dia logo ao princípio me disseram que era portuguesa. Desde então comigo passou a “bom dia”.
Às vezes metia conversa com ela. É do Minho. Costuma ir a Portugal em Setembro. No dia das eleições presidenciais perguntei-lhe quem é que ela achava que ganhava. Ela não se mostrava muito interessada: “sei lá, eles são todos a mesma coisa”. Mas se a mesma pergunta fosse feita em dia de Benfica-Sporting, aí a resposta era outra: “Benfica!”, disfarçando um sorriso.
Quando pedi para fotografar o ultratímido empregado de quem falei ontem, ele recusou, e só anuiu muito a custo. Quando pedi para fotografar esta afável minhota, ela aceitou logo, e só me pediu que esperasse um bocadinho para tirar o espelho da mala e se pentear.
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