2007/12/11

A plus tard, peut-être, Carrefour!


Confirmou-se a má notícia, a pior que eu tive este ano a seguir a o Desportivo das Aves não ter pontuado no Dragão na última jornada do campeonato: o Carrefour vai mesmo sair de Portugal. A decisão estava há muito tomada e não era a Autoridade para a Concorrência que a ia impedir. Quanto muito, poderia levar a uma renegociação, mas a saída do Carrefour é voluntária e nem sequer é por não dar lucro! No entanto parece que só hoje é que eu acredito. E ainda não quero acreditar. Não há mesmo nada que se possa fazer. A não ser lamentar.
O Carrefour era a minha grande superfície de eleição, em Portugal e em França. Em Paris eu pedalava um arrondissement inteiro (o 13º), pelos Boulevards des Maréchaux, para ir da Cité Universitaire a Bercy abastecer-me de carne e peixe variadas e aos melhores preços. O mesmo em Lisboa e em Aveiro. E não só comestíveis. Ainda a semana passada veio de lá um belíssimo roupão. Pude experimentá-los à vontade e sem ninguém a chatear-me se o levava ou não. Não havia o meu número da cor do meu agrado exposto. Pedi-o a uma empregada, que solicitamente interrompeu o que fazia para mo ir buscar ao armazém.
O Carrefour representou uma melhoria a olhos vistos no comércio a retalho em Portugal. Basta olhar para a fotografia – quem introduziu em Portugal o sistema da moeda nos carrinhos? Antes do Carrefour os parques de estacionamento dos supermercados eram um caos de carrinhos desarrumados. É um espaço organizado, com qualidade e variedade.
Digam-me agora onde vou arranjar marca “branca” (para pilhas recarregáveis ou para queijos franceses) tão credível? Onde compro queijo coulommiers fabriqué en France a 1.50€? Onde vou arranjar melhor relação qualidade/preço em tudo? Não arranjo. Não há.
Eu não sei viver sem o Carrefour. Vou ter que aprender. Ou então voltar a emigrar. Ou talvez fique em Portugal, mas ao pé de Espanha, e vá lá abastecer-me. Em Espanha há Carrefour em todo o lado - vejam lá se eles querem saber do Corte Inglês para alguma coisa!
O Carrefour é talvez o único hipermercado cantado pelo Chico Buarque e pelo Gilberto Gil– no Baticum (ouvir aqui). Só pode ser muito bom.

4 comentários:

Rui Fernandes disse...

Curiosamente muitos carrefours em espanha antes eram continentes. Ao parecer os antigos continentes em espanha eram parcerias carrefour+sonae e a sonae terminou vendendo a sua parte.

Tárique disse...

Correndo o risco de ser um chato a fazer posts pedidos, qual é a tua perspectiva sobre a saída do CMF ? Obrigado :)

Filipe Moura disse...

Rui, eu lembro-me de ter estado na Galiza (espanhola :) ) em 1999 e ver Continentes. Em 2005, nas Astúrias, só via Carrefours.

Tárique, e se respondesses ao meu email? :)

Tárique disse...

Já está!