2007/12/31

Adieu Carrefour

Nem sequer são as histórias de Paris. As dorades que eu comprava para grelhar (tinha que as preparar na cozinha colectiva), e que me permitiam travar conecimento com meninas portuguesas. Vinham ter comigo a perguntar-me, timidamente e em francês, onde é que eu tinha comprado aquele peixe, de que gostavam muito e que comiam com frequência no país delas. Eram portuguesas, claro.
Nem a vélo com que me passeei e transportei em Paris. São mesmo coisas do quotidiano. De Portugal.
Mantendo-me no ciclismo: desaparece em Portugal a marca Topbike. Este fim de semana veio um selim para a minha bicicleta, antes que desaparecesse. Sete euros. Agora, só em Espanha se arranjam. Em Portugal, ou são caros (e vendidos por comerciantes que não querem abrir ao domingo), ou são maus.
A galette des rois. Onde se arranja uma galette por quatro euros em Lisboa? E toda a pastelaria francesa e portuguesa.
O queijo. Eu costumava rir ao ver os folhetos de propaganda do Continente a anunciarem queijo Brie a 9,90€ o quilo como uma “grande promoção”. Chegava ao Carrefour (como cheguei a semana passada) e encontrava o mesmíssimo queijo, de leite pasteurizado mas artesanal, a 4,90€ o quilo. “Refeição económica”. Costumava rir, dizia. Agora, vou chorar.
Os “produtos 1”, “os mais baratos da região”, e os produtos Carrefour em geral. Os patés a um euro e pouco. E como era desolador ver as prateleiras vazias, sabendo que não seriam mais reabastecidas.
Os legumes e frutas. Fica aqui o desafio: onde se encontra, em Lisboa, batata a 0,39€ o quilo (no máximo; ainda há pouco estava a 0,25€) todo o ano?
Última refeição de 2007: as últimas douradas compradas no Carrefour. Até sempre. Foi um prazer ser vosso cliente.

2 comentários:

Unknown disse...

Não te sabia tão nostálgico da tua vida parisiense.
e se agora já nem nas idas às compras consegues ter um aroma de paris (refiro-me ao queijo, claro, e não aos franceses que vão espalhando o seu "perfume" aos empurrões pelos corredores do Carrefour) terás mesmo de voltar a Paris. Eu continuo por lá.

Filipe Moura disse...

Quem dera, Sandra. Em 2007 não pus lá os pés. Vamos ver em 2008.
Beijinhos para ti.