2007/10/08

Richard Dawkins e as palavras que não podem ser ditas

Richard Dawkins em entrevista ao The Guardian (via O Insurgente):
When you think about how fantastically successful the Jewish lobby has been, though, in fact, they are less numerous I am told - religious Jews anyway - than atheists and [yet they] more or less monopolise American foreign policy as far as many people can see. So if atheists could achieve a small fraction of that influence, the world would be a better place.
Mais um anti-semita...

6 comentários:

SV disse...

Não consigo perceber se o Filipe está a ser irónico. De qualquer modo, a minha dúvida é: Será (mais um anti-semita)?
Do excerto que transcreve, não retiro, com toda a certeza (apesar da referência aos "religious jews"), que a oposição do autor seja mais ao lobbying de cidadãos que professam a fé judaica que dos cidadãos israelitas. Os movimentos de interesses israelitas nos EUA (e no resto do mundo) apresentam-se como judeus. Põem a sua condição confessional acima da sua condição de cidadania. Não questiono a legitimidade, embora não tenha dúvida que, inúmeras vezes, a primeira é usada de modo oportunista. De qualquer modo, para o ocidental, a dissociação entre Estado e religião do Estado não é tão complicada quanto para um israelita.
Assim, se o que o autor quis dizer foi que o lobby israelita (eles dizem-se, pouco rigorosamente, "judeus") tem uma importância fundamental na definição de uma posição consistente dos EUA para uma paz sólida no médio oriente - e temos de admitir que tenha sido essa a intenção - subscrevo.

Filipe Moura disse...

SV, a referência ao "anti-semita" é na mesma linha de http://avesso-do-avesso.blogspot.com/2007/09/pimba-mais-um-anti-semita.html
Estava a ser irónico. Estamos de acordo.

Luis Rainha disse...

Filipe,

Ainda não topaste bem o que se passou naquela outra ocasião, já algo distante.
É absolutamente diverso apontar a incontroversa existência de um lóbi pró-judaico e assumir que ele controla os media americanos...

Uma coisa, legítima por sinal, é fazer o possível por divulgar um ponto de vista; outra, ilegítima, seria deturpar propositadamente a informação a que o povo tem acesso para alterar a sua visão do mundo.

Achar que os judeus nos USA se dedicam a esta actividade recorda alguns elementos de propaganda europeia já com umas décadas e que convirá não ressuscitar com essa ligeireza.

Filipe Moura disse...

Luís, que a maior parte da informação a que o povo norte-americano tem acesso é orientada para defender a política externa americana e do seu aliado incondicional Israel, parece-me incontroverso. Que existe um fortíssimo lóbi pró-Israel (constituído logicamente por muitos judeus, mas não só) na política externa e na comunicação social norte-americanas, também me parece incontroverso. O que não seria aceitável seria chamar a esse lóbi "os judeus" (mesmo sendo só num contexto norte-americano), como se todo e qualquer judeu norte americano caregasse esse estigma. Não faço isso em lado nenhum aqui. Repara que quem faz isso, no Insurgente, porque lhe convém (sugere o tal anti-semitismo) é o AAA - fala "nos judeus". Fi-lo uma vez - foi público e notório :) - há muito tempo. Foi um lapso, um descuido, uma precipitação. Admiti logo e admito que então meti o pé na argola.

Anónimo disse...

Não há aqui anti-semitismo da parte do R. Dawkins. Ele refere-se ao lobby judeu nos Estados Unidos. Poderia ser sobre o Lobby do armamento ou qualquer outro. Que constrangimento é este que quando se mete a palavra judeu e influencia/poder se está logo a dizer que deveriam ser aniquilados, controlados e sujeitos a politicas raciais.

A sua conclusão parece-me ingénua e precipitada.

cumpz

Filipe Moura disse...

Epá, ó pensarcusta, eu estou de acordo consigo e já disse que estava a ser irónico! Nunca esperei ser tão mal entendido...