2007/10/30

Para acabar de vez com a praxe

Não adianta nada desdenhar dos alunos que participam voluntariamente na praxe sem compreender que, na sua maioria, são alunos deslocados que estão sozinhos numa cidade nova e, para eles, desconhecida, sem amigos ou família. A praxe é, porventura, a única socialização possível. Mas não deixa de ser um hábito humilhante e – mantenho – provinciano. Se se quer circunscrever este hábito a quem queira legitimamente participar nele, há que fazer primeiro com que não seja a única alternativa de socialização disponível. É aqui que as faculdades devem actuar. E está visto que não basta deixar o assunto entregue às associações de estudantes, embora estas possam desempenhar um papel importante, desde que não sejam comandadas por indivíduos com traje académico que julgam que ser estudante universitário lhes dá um estatuto especial.
Para encerrar este assunto recomendo a leitura de dois interessantes e esclarecedores comentários ao meu texto anterior, pelo João André e pelo Tárique. A ambos agradeço.

1 comentário:

Luís Aguiar-Conraria disse...

E' impressao minha ou nestes posts tu estas a usar "provinciano" como sinonimo de "nao-lisboeta"?