2007/10/01

É da praxe? MAAAAATAAAA!!! (2)

Vale a pena ler a caixa de comentários do meu texto anterior. Em particular, os comentários de um tal "so" ("Brázia") e de um "marolho". Para verem onde chega o delírio. Fica uma amostra:
É assim, urubus de capa e batina é a "puta que pariu". Se não te ensinaram a ter respeito pelas outras pessoas, ao menos aprende isso connosco. (...) Não me venhas com conversas sobre praxes em LEFT porque nem tu nem ninguém desse curso tem moral para falar sobre esse assunto. (...) Se a tradição académica não te diz nada (nem quero saber porquê) ao menos tem a hombridade de respeitar aqueles que sabem o que é ser estudante!

Que eu saiba, à porta da cantina de pós graduação não está nenhum "polícia da roupa" nem nenhum aviso especial que impeça alguém de lá entrar. Da ultima vez que vi, era um sítio livre de entrar. Isso são pensamentos de um elitista de merda.

Quem me quer dar a mim lições de "respeito" e de "ser estudante" e me acusa de "elitista"? Quem obriga - sim, obriga - os seus colegas mais novos a fazer figuras tristes enquanto os trata como "bichos". E traja um "traje académico".

5 comentários:

Nuno Teixeira disse...

Ah, que giro, deixa-me também fazer uma compilação das frases que vocês escreveram. Vou também tirá-las do contexto e pô-las a seguir umas às outras:

Não sei se são vacas, se são bois (...) são "bichos". Vejam lá se agora desamparam a loja na cantina de pós-graduação, que é um lugar com "dressing code" e onde não deveriam entrar urubus de capa e batina. (...) Quem estuda é estudante. E acaba aí. O resto é conversa de merda de quem não tem mais nada que fazer. (...) Gosto muito que as pessoas sejam tratadas todas da mesma maneira.

Acho que isto não faz muito sentido. Se queres que as pessoas leiam os comentários do teu último post, diz isso. Não é preciso fazeres um "best of" com frases salteadas a atacar quem deu a sua opinião. Acho que se alguém aqui respondeu de forma mais agressiva ao teu post e aos teus comentários foi porque tu o provocaste. Ora, um urubu é isto:

http://www.colorfotos.com.br/pantanal/pantanal2/aves/urubu.jpg

A última vez que me vi ao espelho eu não era nada parecido. E eu tive na cantina do pós durante a semana passada e não vi ninguém que se parecesse com isto. Nós temos que almoçar. Nós e os 170 caloiros do nosso curso que entraram este ano e que começaram as aulas a semana passada. Não estou disposto a ir comer ao Mac todos os dias nem a pagar por um restaurante de luxo pois não tenho dinheiro para isso (e como sabes a cantina do técnico estava encerrada para obras). Temos o direito a almoçar na cantina do pós pois todos estudamos no IST. Como nos vestimos não te diz respeito, mas como disse o pedro, nós estávamos de fato e gravata...

Em relação à praxe propriamente dita, eu respeito a tua opinião. Tenho grandes amigos em LEFT que não foram praxados, que não são nem a favor nem contra a praxe porque simplesmente não a viveram. Tive vários caloiros este ano que se
recusaram a ser praxados. Foram respeitados por todos e não foram discriminados. Por isso, e volto a frisar, respeito quem é contra a praxe. Mas eu gostei de ser praxado, gostei da praxe no meu curso. Na 2ª semana de aulas tive que escolher grupos para projectos e laboratórios e se não fossem as praxes (se eu me limitasse a ir às aulas e voltar para casa) não tinha conhecido grande parte das pessoas que conheço hoje e aquela escolha 2ª semana tinha sido complicada. E não venhas dizer que há outras formas de integração porque eu ainda não vi nenhuma. O único grupo que se responsabilizou pelos caloiros, no nosso curso, foi a CPLEIC.

Aos nossos caloiros foi-lhes dada uma escolha: a favor, ou contra a praxe. Ninguém foi obrigado, podiam desistir da praxe quando quisessem. Ninguém nos obedecia cegamente. Ninguém se sujeitou a nada que nenhum elemento da nossa comissão não se sujeitasse. Há praxes e praxes. As do nosso curso (só posso falar em nome dessas) não são tão negras como as pintam. É certo que a praxe envolve várias brincadeiras, que envolve gritar e fazer muito barulho. É uma tradição. Mas que é assente em respeito. Não só respeito que os caloiros têm por nós (o que é necessário, se não queria ver como é que vocês os prendiam no IST todas as tardes) mas também, e principalmente, respeito que temos por eles. E é por isso que temos a comissão e é por isso que praxamos. Porque lhes queremos proporcionar a melhor semana que vão ter no IST. Gritamos, cantamos, mostramos-lhes o IST, mostramos-lhes Lisboa e até cantámos (juntamente com a TUIST) para eles na baixa. Tentamos mostrar-lhes que ser estudante não é só estudar.
Como já disse, respeito a tua opinião, mas tenta perceber que nenhum de nós está a delirar nem somos nenhumas aves ansiosas por torturar caloiros. Nós apenas tentamos integrar os novos alunos e mostrar-lhes o que é ser estudante e o que é o espírito académico.

Nuno Teixeira


PS: Orgulho-me muito de vestir capa e batina. Não pelo simbolismo de supremacia que lhe atribuis, mas apenas e simplesmente por ser um estudante universitário.

JV disse...

Eu nunca fui estudar para a Universidade apenas porque não me quis sujeitar à praxe.

Nâo consigo encontrar coisa mais abjecta que a praxe.

Nuno D. Mendes disse...

É muito triste se a única forma de criar algum espírito de coesão entre um grupo de pessoas que vai passar vários anos no ensino superior é passar por uma experiência de humilhação colectiva.

Eu entrei em LEIC em 1996 e nesse altura a única coisa que se fazia no curso remotamente parecida com uma praxe era uma aula de praxe dada pelo próprio professor da extincta cadeira de Introdução à Programação que, no seu tom e humor característicos, falava sobre a vida no IST e a vida em Lisboa. A minha turma não precisou de mais nada para garantir um espírito de camaradagem e companheirismo que permaneceu até ao fim do curso.

Os alunos que se sujeitam à praxe são, na generalidade, mas não sempre, adultos maiores de idade e, consequentemente, capazes de resisitir àquilo que consideram atentatório da sua dignidade, por isso não defendo a proibição da praxe.

Agora não aceito a fundamentação da prática com base no facto de ser uma tradição porque 1) a ser uma tradição é-o sobretudo em Coimbra, tratando-se de um fenómeno relativamente recente em Lisboa; 2) não creio que o simples facto de ser uma prática reiterada justificar a sua manutenção; nem a sua fundamentação com base em argumentos de necessidade para garantir integração ou coesão dos alunos de primeiro ano porque não só essa integração já era feita antes de haver praxe como em essencialmente todas as universidades do mundo civilizado não se recorrem a esse tipo de práticas para integrar os alunos.

Santeens disse...

Podes transcrever no teu post a opinião de um caloiro de LEIC que comenta a praxe que "sofreu".
A tua escrita é completamente hipócrita.. mas isto é o teu blog, o teu mundinho de ideias fechadas, a tua razão.
sem mais.
pedro

J.Pierre Silva disse...

Sobre este e outros assuntos correlacionados: http://notasemelodias.blogspot.com/2008/09/notas-sobre-praxes-e-praxe.html