2009/08/17

Depois dos amigos do Bonifácio, os amigos do Moita de Deus

Sobre o fait-divers que tem vindo a ocupar a silly season (desculpem os estrangeirismos): depois de apontar tão bem as contradições da direita, não percebo que haja quem seja contra a aplicação das leis da república. É isso que distingue a república, e torna a monarquia inaceitável: na primeira, não há (em teoria) cidadãos privilegiados, e as leis são as mesmas para todos. A menos que não se concorde com as leis da república (ou por puro amiguismo). Era bom que se esclarecesse este ponto de vista. Ler o Ricardo Alves.

(Nota: embora não o conheça pessoalmente, tenho grande simpatia pelo Rodrigo Moita de Deus (um excelente blóguer), que já me ofereceu a sua solidariedade em “casos” da blogosfera. Infelizmente, e desde que se cumpra sempre a lei, não lhe posso oferecer a minha neste caso. Apesar de tudo, bem mais sério do que puro html.)

8 comentários:

dorean paxorales disse...

Filipe,

Desde 1822 que quaisquer privilegios anteriormente concedidos 'a nobreza ou igreja foram eliminados, que os direitos do homem passaram 'a constituicao (incluindo a abolicao da pena de morte) e que a lei e' igual para todos. Nao tem nada a ver com a republica.

Desculpa la' mas estou um bocado farto daquela falacia.

Abraco,
DP (sem bigode retorcido nem nada)

Luís Aguiar-Conraria disse...

"a lei e' igual para todos."

!!!!!!!!!!! Presumo então que numa monarquia qualquer um pode ser rei? Porreiro!

dorean paxorales disse...

Caro Luís Aguiar-Conraria,

Pode presumir o que quiser. A mim preocupa-me menos a identidade de um único empregado do estado que um estado de direito para todos.

Luís Aguiar-Conraria disse...

Caro, preocupe-se com o que lhe apetecer, que isso é problema seu e eu nada tenho a ver com isso.
Todavia, a não ser que a resposta à minha pergunta seja sim, o que disse no seu primeiro comentário é factualmente falso. Numa monarquia a Lei não é igual para todos e os direitos e de cada um de nós à nascença não são iguais.

dorean paxorales disse...

Bom, resta-me responder-lhe na mesma moeda.

O Filipe Moura falava na aplicação do código penal cujo âmbito previsto pela constituição de 1822 não exclui um rei e foi nesse contexto que o corrigi.

Os seus fervores igualitários quanto à questão da chefia do estado não me aquecem nem me arrefecem.

Luís Aguiar-Conraria disse...

Mas quais fervores igualitários? Limitei-me a apontar-lhe um erro factual. O que o Filipe disse foi que numa república não havia, em teoria, cidadãos privilegiados. O caro Parodoxales desmentiu-o. E eu desmenti-o a si, apontando um contra-exemplo. Tão simples como isto.
Agora restringe o campo do que escreveu. Afinal não se estava a referir às leis, mas sim às leis penais. OK.

dorean paxorales disse...

Fique lá com a bicicleta, oh double-barreled one. Não se fala mais nisso.

P.S.: "Paradoxales" teve piada, sim senhor; sou capaz de vir a usar.

Filipe Moura disse...

Caros,
bom verão para vocês. O do Dorean (não sou o único a chamar-lhe paradoxales) deve ser bem molhado. Coisa de monarquias.
Abraços.