Sobre o fait-divers que tem vindo a ocupar a silly season (desculpem os estrangeirismos): depois de apontar tão bem as contradições da direita, não percebo que haja quem seja contra a aplicação das leis da república. É isso que distingue a república, e torna a monarquia inaceitável: na primeira, não há (em teoria) cidadãos privilegiados, e as leis são as mesmas para todos. A menos que não se concorde com as leis da república (ou por puro amiguismo). Era bom que se esclarecesse este ponto de vista. Ler o Ricardo Alves.
(Nota: embora não o conheça pessoalmente, tenho grande simpatia pelo Rodrigo Moita de Deus (um excelente blóguer), que já me ofereceu a sua solidariedade em “casos” da blogosfera. Infelizmente, e desde que se cumpra sempre a lei, não lhe posso oferecer a minha neste caso. Apesar de tudo, bem mais sério do que puro html.)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
Filipe,
Desde 1822 que quaisquer privilegios anteriormente concedidos 'a nobreza ou igreja foram eliminados, que os direitos do homem passaram 'a constituicao (incluindo a abolicao da pena de morte) e que a lei e' igual para todos. Nao tem nada a ver com a republica.
Desculpa la' mas estou um bocado farto daquela falacia.
Abraco,
DP (sem bigode retorcido nem nada)
"a lei e' igual para todos."
!!!!!!!!!!! Presumo então que numa monarquia qualquer um pode ser rei? Porreiro!
Caro Luís Aguiar-Conraria,
Pode presumir o que quiser. A mim preocupa-me menos a identidade de um único empregado do estado que um estado de direito para todos.
Caro, preocupe-se com o que lhe apetecer, que isso é problema seu e eu nada tenho a ver com isso.
Todavia, a não ser que a resposta à minha pergunta seja sim, o que disse no seu primeiro comentário é factualmente falso. Numa monarquia a Lei não é igual para todos e os direitos e de cada um de nós à nascença não são iguais.
Bom, resta-me responder-lhe na mesma moeda.
O Filipe Moura falava na aplicação do código penal cujo âmbito previsto pela constituição de 1822 não exclui um rei e foi nesse contexto que o corrigi.
Os seus fervores igualitários quanto à questão da chefia do estado não me aquecem nem me arrefecem.
Mas quais fervores igualitários? Limitei-me a apontar-lhe um erro factual. O que o Filipe disse foi que numa república não havia, em teoria, cidadãos privilegiados. O caro Parodoxales desmentiu-o. E eu desmenti-o a si, apontando um contra-exemplo. Tão simples como isto.
Agora restringe o campo do que escreveu. Afinal não se estava a referir às leis, mas sim às leis penais. OK.
Fique lá com a bicicleta, oh double-barreled one. Não se fala mais nisso.
P.S.: "Paradoxales" teve piada, sim senhor; sou capaz de vir a usar.
Caros,
bom verão para vocês. O do Dorean (não sou o único a chamar-lhe paradoxales) deve ser bem molhado. Coisa de monarquias.
Abraços.
Enviar um comentário