Vou explicar-vos as diferenças entre elas (para além do preço). Se me puderem ajudar com sugestões agradeço.
A mais barata tem 20 anos, a mais cara tem 14.
Ambas têm garagem individual fechada. Em termos de localização, ambas são bem localizadas, na mesma rua (uma rua principal de Braga), uma de frente para a outra. Uma é um sexto, outra é um sétimo andar.
A mais barata tem despensa e áreas (ligeiramente) melhores. Tem duas frentes com duas excelentes varandas. A mais cara não tem despensa. Tem uma boa varanda.
A mais cara tem arrecadação, lareira na sala, uma segunda casa de banho (sanita e lavatório), vidros duplos, gás canalizado. A mais barata não tem nada disto (nem gás canalizado).
A mais barata tem duas frentes (nascente/poente). A mais cara tem uma só frente (nascente), mas muito boas janelas, a toda a largura das divisões, o que lhe dá boa iluminação.
A mais barata tem soalho de corticite nos quartos (teria que pôr flutuante - é barato de pôr). A mais cara tem parquet.
A mais barata precisa de ser pintada (portas envernizadas incluídas), o que também não é caro. A mais cara tem a pintura em bom estado.
A mais barata precisa também de envernizamento e pequenos restauros dos móveis da cozinha, que de resto é uma cozinha mais antiga (mas grande). A mais cara tem a cozinha impecável (embora um pouco pequena).
Ambas têm canos de origem. A mais barata tem canalização de ferro (com 20 anos). No prédio dizem-me que os canos nunca deram problemas nenhuns, mas estes estão parados há uns meses, o que aumenta o risco de oxidação...). É este o meu principal medo. A mais cara também tem os canos parados há uns meses, mas a canalização é de cobre.
A mais cara tem umas placas exteriores (na fachada, mesmo por cima) partidas. É da responsabilidade do condomínio. Espero que não dê origem a infiltrações.
A diferença de preços entre ambas é de cerca de 16000 euros. Será que todas as vantagens da mais cara que eu referi valem esse dinheiro? Reparem que em Braga tudo é mais barato (as casas e a mão de obra de trabalhos, e se calhar mesmo os materiais). Comparem a devida proporção entre os preços, e não nos padrões de Lisboa (onde nem o dobro do dinheiro compraria ambas as casas).
O que dizem disto aqueles de vós atentos ao mercado imobiliário? Agradeço sugestões pertinentes nos próximos dias. Obrigado.
2009/03/23
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6 comentários:
Ola Filipe,
E a nivel de aquecimento? Central, electrico, gas? Nao ando muito dentro do assunto relativamente a mercados imobiliarios, nem sei que % do preco total sao os 16000eur, mas para mim vidros duplos e um bom sistema de aquecimento sao essenciais. Passei 18 anos a gelar-me nos Invernos em Famalicao dentro de casa, porque os tugas teem a mania que PT e' o paraiso do bom tempo e so preparam as casas para o Verao.
Abraco.
Aqui vão os meus comentários.
Orientação:
Em geral, habitações orientadas apenas para nascente tendem a ser mais frias que as com orientação poente/nascente.
Neste contexto, como regra, considera-se agradável ter quartos virados para nascente e salas para poente (não sei se é essa a orientação da habitação mais barata, mas talvez tu saibas...). A lógica é que de manhã acordas com o sol e ao final da tarde, quando chegas do trabalho, podes ir para a sala aproveitar o sol (ou a iluminação natural).
Estando a habitação situada no norte do país este aspecto é de particular importância, pois ajuda na redução de consumos energéticos e contribui para o conforto em termos de iluminação, pois maximiza a utilização da luz natural.
Para além disso, a orientação nascente/poente (ou norte/sul) facilita a ventilação natural, quando comparamos com habitações que apenas têm uma orientação.
De toda a forma, como dizes que na mais cara as janelas são grandes e tem boa iluminação talvez isso não seja um problema.
Lareira:
Num apartamento não valorizo a lareira na sala, por uma questão prática, mas penso que isso é uma questão muito pessoal.
Isolamento térmico e acústico:
Os vidros duplos são extremamente eficazes em termos de isolamento acústico e contribuem para reduzir a factura energética quando comparamos com vidros simples. É importante que os caixilhos estejam bem feitos, para evitar perdas por aí.
Quanto ao ruído, só tu sabes se a rua é sossegada, se és muito sensível ao ruído ou não, etc., se valeria ou não a pena instalar janelas com vidros duplos caso verificasses que o ruído justificava, etc. Fica aqui somente o alerta.
Quanto ao isolamento térmico das paredes não é muito fácil avaliar que habitação será melhor. Não é por uma habitação ser muito mais nova que outra que tem melhor isolamento (p. ex. a nossa casa antiga - de 1999 - tinha melhor isolamento do que a actual, construída em 2003). Parece que agora é obrigatória a certificação energética, mesmo para venda de habitações em 2ª mão. Pergunta por isso.
Ah, e se por acaso visitaste as duas habitações no mesmo dia e +/- à mesma hora, tenta lembrar-te do que sentiste em termos de conforto térmico... quanto menor a diferença entre a temperatura exterior e interior pior, pois poderá querer dizer que a condução térmica através das paredes é elevada. Bom, mas o melhor é mesmo tentares obter o certificado energético... que isto de sensações já se sabe...
Canalização:
Tenho ideia que uma canalização com 20 anos pode começar a dar problemas...daí que seja por volta dessa altura que se deva começar a pensar em mudar a canalização.
Arrumações:
Como uma tem despensa e outra tem arrecadação, qualquer das soluções parece aceitável...
Outros:
Quanto às placas partidas podes tentar saber há quanto tempo estão assim. Se for há bastante tempo e não há infiltrações, provavelmente não há problema. Se é algo recente já é mais difícil saber.
Estado de conservação:
Relativamente à pintura e outras pequenas remodelações que mencionas, partilho da tua opinião... esses trabalhos não devem sair muito caro.
Resumindo e baralhando, e sem me comprometer, devo dizer que a casa mais barata marca pontos essencialmente ao nível da orientação solar, das áreas, do preço. O grande contra da casa mais barata são, talvez, a canalização e os vidros simples, sendo que a canalização é, talvez, o elemento com que mais tens que te preocupar.
Para além disso, e para desempatar, talvez o certificado energético ajude...
Braga?? Aluga aí uma caverna por uns meses e trata de voltar para a civilização. Isso sim.
Concordo com o Luís Rainha. A não ser que penses mudar-te para Braga, a decisão mais racional parece-me ser a de arrendar um apartamento.
Se queres mesmo comprar, por 16000 euros de diferença vale a pena ires para a casa mais nova, essencialmente por causa da canalização. A minha experiência e dos meus pais com canalizações um pouco mais antigas é que começam a dar problemas, com grande probabilidade, ao fim de 25 anos. Ora a casa que tem 20..., dentro de 5 anos terá 25. Bastava este aspecto para preferir a mais nova.
Eu sigo um pouco o comentário do Luís AC (do Luís Rainha é outra história... :)).
Em relação aos vidros duplos, fazem uma diferença enorme em termos térmicos mas também para reduzir a humidade. A lareira é gira, mas também pode ser um belo túnel de entrada de humidade. É a humidade, mais que a temperatura, que provoca o desconforto. E em Braga imagino (não sei, nunca lá estive tempo suficiente para avaliar por mim) que seja ainda mais verdade que noutros sítios.
Quanto às placas na fachada, eu preocupar-me-ia. O facto de estarem assim há muito tempo mesmo sem inflitrações pode ser pior, uma vez que a humidade pode estar a acumular e depois o problema já não se resolver sem picar aquilo tudo.
A canalização, como já disseram, é um problema dos diabos.
16000 euros parece-me muita massa de diferença para Braga. Isso deve ser à vontade 10% (ou mais). Suponho que já tenhas visto muitas mais casas, mas eu não ficaria particularmente satisfeito com as duas opções. Ainda assim, e se tivesse que escolher e pesando os problemas actuais e os potenciais problemas futuros, talvez (supondo que o resto é exactamente igual) fosse pela mais barata.
Quanto à pintura, eu aconselho-te a pintar a casa, mesmo que vás para a mais cara. É mais "higiénico", digamos. E torna a casa mais "tua".
Abraço
A nova, se for a crédito. O dinheiro está barato e depois é mais fácil de vender. E poupa o custo do restauro (onde te esqueces de incluir as chatices que dali vêm).
Se for a débito, a mais barata, claro.
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