2008/09/25

É por isso que eu gosto desta escola (e deste curso)

Uma selecção minha dos comentários à notícia do Público

23.09.2008 - 10h14 - jsgm, Lisboa, Portugal
Em Setembro de 1995 um caloiro recusou as praxes "voluntárias". Perante a pressão dos veteranos que o empurravam e queriam encurralar num canto do Pav. de Civil deu um soco num "veterano". Foi perseguido por uma horda que queria tirar desforço da afronta. Refugiou-se no Conselho Directivo e os "assaltantes" quiseram rebentar as portas para o extrair de lá e "fazerem justiça". Perguntem aos Prof. Gaspar Martinho e Carlos Salema que lá estavam quanto tempo durou o cerco, que só terminou com a chegada de uma secção da PSP para dispersar a turba e escoltar o caloiro para fora do campus da Alameda.

23.09.2008 - 06h26 - Tiago Marques, Lisboa, Portugal
Acabei este ano um curso de Engenharia no IST e como tal vejo-me na condição de poder comentar este assunto. Ao longo dos 5 anos que passei no Técnico vi bastantes praxes (apesar do meu curso ser o único anti-praxe do IST) entre as quais muitas verdadeiramente humilhantes. Sem dúvida aplaudo esta decisão do Prof. Matos Ferreira, uma vez que discordo completamente da necessidade de praxe. Os seus defensores vão dizer que é para receber e integrar os alunos do primeiro ano, mas para tal não são precisas praxes. Vejam o exemplo do meu curso, Engenharia Física e Tecnológica em que tínhamos uma comissão de recepção aos alunos do primeiro ano para os integrar, mostrar-lhes o Técnico e Lisboa e realizar uma série de actividades como jogos, desporto e jantares. Acho a praxe representativa daqueles alunos que estão mais preocupados com "a vida académica" do que com a Universidade. No Técnico é para se trabalhar, se estão mal vão para a Independente.

23.09.2008 - 00h35 - Anónimo, Lisboa
Estudei no Técnico e por lá continuo, sou investigador e estudante de Doutoramento... Acho esta manifestação completamente disparatada, porque praxes, que me lembre acho que tive um dia ou dois, e não foi coisa que me fizesse perder muito tempo... Acho que existem formas diferentes de se conhecer pessoas do que a partir de um conceito completamente ultrapassado. Normalmente as pessoas no Técnico unem-se por grupos, e não é por haver praxe que se unem mais ou menos... É completamente ultrapassado e seria bom acabar com esse conceito de uma vez por todas... Hoje em dia acho que não faz sentido absolutamente nenhum...

22.09.2008 - 23h44 - Anónimo, Lisboa, Portugal
Haja alguém com bom senso!! Parabéns pela decisão Prof. Matos Ferreira. Tão ridículo quanto as praxes, só mesmo os trajes académicos e toda a atitute parva que normalmente a acompanha. Este país tem que perder a "mania da importância de ser dr". Ser estudante universitário ainda é um previlégio e escusam de exibi-lo a tanta e tanta gente que nunca o consegui ser. Sejam educados. Divirtam-se, mas educadamente

22.09.2008 - 21h52 - Tiago Carvalho, Lisboa
Muito boa medida do Sr. Reitor, porque em Portugal o que se quer é não respeitar a autoridade enquanto se atropelam outros direitos arrogando-se, claro está, também duma autoridade. E digo isto no sentido mais amplo. No caso do IST, como antigo estudante e actual bolseiro: só quem é parvo é que defende as praxes por estas servirem para integrar. Não há mais maneiras de as pessoas conhecerem-se senão através de jogos ridículos que só servem para acentuar a diferença hierárquica? Piadas foleiras e sexuais acompanhadas de cerveja? É singular observar-se que as mesmas alimárias que defendem e exercem a praxe são os mesmos imbecis que se vão arrastando pelo curso sem empenho e trabalho e têm a sua masturbação trajada de capa e batina só quando os caloiros entram em Setembro. Com sorte pescam uma caloira e depois entregam-nos todos à sua sorte. Não tenham dúvidas: as pessoas que praxam não são exemplo, bem pelo contrário, são um tipo de sujeitos totalmente acéfalo e preguiçosa que regozijam com a humilhação dos outros; dos caloiros não tenho pena nenhuma porque também se deixam submeter. Se querem "integrar" combinem uma hora, façam uma vaquinha, bebam uns copos. Simples e garantido

22.09.2008 - 20h58 - afonso, Portugal
a polícia fascista do politicamente correcto anda a fazer das suas... a verdadeira praxe no IST é acabar o curso

22.09.2008 - 21h13 - GZP, Lisboa
É mentira que as praxes no IST sejam puramente voluntárias. Eu entrei em Eng. Civil em 1995 e consegui escapar às brincadeiras grosseiras desses meninos por pura sorte e manha. No ano seguinte esforcei-me por ajudar outros alunos recém-chegados a fazerem o mesmo e quase que fui agredido. Concordo inteiramente com a medida do reitor: o IST não tem que ser conivente com este tipo de práticas bárbaras; se o fizerem fora do campus, no espaço público, aí valem claramente as leis civis que proíbem a agressão e a coacção.

22.09.2008 - 20h50 - F. Correia, Porto
Eu fui praxado, quando entrei na FCUL, contra a minha vontade. Fui lancado ao lago do campo grande, em Lisboa, por me recusar a obedecer aos 'veteranos' do meu curso. O resultado foi ter ficado uma semana doente (provavelmente devido à ingestao da àgua estagnada)... Nunca percebí esta necessidade que muitos estudantes universitários têm de achincalhar e abusar dos seus colegas mais novos. Mesmo nas suas manifestacoes mais brandas, a praxe resume-se a comandar os caloiros. Se esta é a forma correcta de colegas se tratarem, vou alí e já venho.

22.09.2008 - 19h31 - CM, Lisboa
Eh pessoal, mas nao acham que essa coisa de praxes cheira a provincianismo com pouca graca? Saudacoes

22.09.2008 - 19h25 - vg, oeiras
Estes meninos deviam ter juizo.Quando lá andei,aquilo era uma escola para rapazes ,com boas instalações desportivas.Agora são "tunas " e praxes à moda do Norte...Bimbos

22.09.2008 - 19h17 - Anónimo, Caldas da Rainha
As praxes são tradição no IST??????? Quando oiço falar nas praxes e na capa e batina no IST é rir a bandeiras despregadas com a historieta.

22.09.2008 - 19h01 - JT, Portugal
Praxe voluntária? Ter um brotamontes mais velho, desconhecido, numa cidade desconhecida a gritar-te aos ouvidos, enquanto estás de joelhos a olhar para o chão, que se não fores praxado és um mer... que vais ser posto de parte durante o tempo que durar o curso, etc,... isso torna a praxe voluntária? Srs Estudantes, que tal um pouco de raciocínio, de preferência antes da sétima imperial? Será que é verdade, que no século XXI , o conservadorismo obscurantista que sempre foi combatido a partir dos meios académicos, agora é defendido, sobre o pretexto do álcool, por estes? As razões dos estudantes(?) são tão válidas com as dos que defendiam que as mulheres não tinham inteligência suficiente para votar (alguns deles, de caneca na mão dirão "E têm?"), ou que os não nobres não tinham capacidades governativas (E o estudante com a capa cheia de cerveja dirá "pois claro, hic, não estudavam...")

22.09.2008 - 19h00 - Anónimo, lisboa
Concordo plenamente com o fim das praxes. As mesmas não são mais que: fizeste-me a mim, hei-de fazer a ti. É tempo de os nossos futuros Engenheiros pensarem em receber dignamente os nossos caloiros em que a maior parte deles necessita de apoio e não de praxes. Uma brincadeira de uma hora ou um dia aceito, agora praxe de uma semana? Não sejam ridículos e defendam um nome tão grande como Instituto Superior Técnico. Eu fui aí estudante e nunca participei em nenhum evento dessa natureza.

1 comentário:

Miguel Vaz disse...

Aqui vai uma selecção alternativa (em busca do espaço para o contraditório):

22.09.2008 - 22h40 - Tiago Guerreiro, Dublin, Rep. Irlanda
Fui aluno no IST, fui praxado (ñ como gostava, pois no meu tempo as prazes eram desorganizadas) e também praxei. A 1ª coisa que eu dizia aos caloiros era: "Ninguém está aqui obrigado. Se não quiserem participar, ñ participam. Mas, obviamente tb ñ vão praxar no futuro". Ao senhor josé marco, digo: sinto-me feliz por ter sido "imbecil". Por acaso quando fui praxado comecei logo a fazer amizades, e isso foi uma das coisas que sempre procurei incentivar nas praxes: a camaradagem, e a amizade. Os jogos que organizamos, faziam com q os alunos se ajudassem mutuamente. Ao contrário de alguns professores do IST que incentivavam ao egoísmo e à falta de solidariedade entre os alunos. E não foi por isso que deixei de fazer as cadeiras e de arranjar emprego. Viva o IST, viva a CPMEC !!!


23.09.2008 - 00h10 - Miguel Dias, Lisboa
Agradece-se que padeiros, pescadores, moleiros e as demais pessoas que não estudaram no Técnico que se abstenham de comentários. Não interpretem esta minha observação como altiva, de quem se distancia dos demais, julgando-se no seu poleiro. Não se trata disso! Apenas de tornar esta zona de comentários mais interessante... A integração no meio universitário, ainda para mais numa faculdade como o Técnico, é das coisas mais importantes no primeiro ano. Sim, porque não se trata de integração num Politécnico de Tomar qualquer, onde o nível é idêntico ao secundário e onde todos se conhecem. Não. Trata-se do Técnico! A esta gente que diz que as praxes são uma estupidez, por favor... Ganhem um pouco de testa. Ou, quiçá, vida social.


25.09.2008 - 19h23 - Anónimo, Anonimo
Entrei para o IST em 2000, fui praxado, fiz amigos, estudei muito, fui pros copos, praxei, integrei-me e saí do técnico 6 anos depois no corpo de um homem amadurecido pelas paredes desse recinto no qual visito sempre que volto a Lisboa, os amigos que ainda andam por aí . As praxes são actos de integração para os novos alunos. É claro que mais do que ser praxado há que saber praxar. Para isso existem as comisões de praxes, existem os alunos mais velhos, existem pessoas educadas, inteligentes e cívicas, que fazem do Técnico uma das melhores Universidades do país. É claro que se eu vir uma velhinha no meio da rua a ser espancada, me submeto a ajudar-la, o mesmo aplico a ver um estudante desintegrado, a ficar cada vez mais desintegrado com praxes silvestres e sem sentido comum de integração, que suponho são as que o Prof. MAtos Ferreira se refere, e num contexto de desentendimento de causa generaliza. Mas uma praxe não é nem nunca será um acto de violência enquanto os alunos quiserem prepetuar a tradição em que está assente. Cada academia tem a sua cultura académica, quer gostemos, quer não. Que eu haja visto na minha vida, ninguém nunca foi obrigado a fazer nada que não quisesse...


24.09.2008 - 17h23 - B.Costa, Lisboa
Oh senhor Anti-praxe de Coimbra, por favor vá ao IST ver como funciona lá a praxe e depois venha então discutir a sua "psicologia de grupo". No IST, ao fim da segunda semana já ninguém se lembra que houve praxe... E se, nessas condições, quem se tenha recusado a ser praxado não conseguir travar amizades com os colegas de curso, é porque lhe faltam capacidades sociais que nada têm a ver com a existência ou não de praxe. Como disse anteriormente, eu só participei no primeiro dia de praxe no meu curso (já lá vão 7 anos), e nem sequer aceitei que me pintassem a cara, depois achei que não estava com paciência para aquilo e tinha coisas mais importantes para fazer e não participei mais. Não foi por isso que me tornei numa "não-pessoa" ou me tornei invisível, pelo contrário tenho grandes amigos que trouxe do IST, com os quais falo quase diariamente. E mais lhe digo, hoje só tenho pena de não ter participado nas praxes para assim poder travar mais amizades com alunos mais velhos, que podiam ter sido uma ajuda maior para terminar o curso. É aliás esse o propósito da praxe no IST, e não aquilo que você julga que acontece... Por isso, informe-se antes de falar!


23.09.2008 - 10h52 - Carlos Silva, Almada
Será uma medida útil?. Ponho dúvidas. Não sou Universitário nem tenho título académico, mas quem está a tomar estas medidas deveria pensar primeiro em acabar, isso sim, com as praxes violentas, já que é possível saber quais as que o são. Tenho uma familiar que entrou este ano para a Faculdade de Ciências, e a sua opinião é que a praxe que lhe estão a aplicar, é divertida, não violenta e também solidária dos alunos não "caloiros" a estes. A ajuda dos "veteranos" aos "caloiros" é importante segundo a familiar me diz, pois ajuda os "neófitos" a serem integrados, ajudando-os inclusivamente a identificarem quais as salas de aula, onde são as casas de banho etc, etc. Não será isto solidariedade? Repito: indaguem quais são as más praxes e condenem quem as pratica. O proibir por proibir é nefasto.


Infelizmente para o Filipe Moura, a realidade pode ser sempre observada de várias perspectivas ;)