A ausência de Cavaco Silva do funeral de José Saramago só vem confirmar a sua gritante falta de sentido de Estado. Cavaco é o chefe de Estado e José Saramago era só o português mais conhecido no mundo. Basta comparar a ausência de Cavaco com a presença do governo espanhol (que enviou a vice-presidente) e com as reações do líder da direita espanhola, Mariano Rajoy, com quem Saramago teve grandes polémicas e divergências, para se confirmar mais uma vez que o presidente português é um homem mesquinho e rancoroso, que não prestigia o país.
É verdade que, se Cavaco tivesse ido ao funeral, poderia haver quem o acusasse de oportunismo eleitoral. A origem de todo este problema está na atitude do governo de Cavaco perante Saramago, de que Cavaco nunca se retratou (e oportunidades nunca lhe faltaram). A grandeza de um homem também se vê na capacidade de reconhecer os seus erros. Também aqui a grandeza de Cavaco nunca se viu.
A ler: José Vítor Malheiros, citado pela Shyznogud.