Era eu caloiro e a Associação de estudantes do Instituto Superior Técnico promoveu um debate entre antigos dirigentes associativos. Vivia-se a “guerra” de combate às propinas, no cavaquismo. Diana Andringa deixou-nos um conselho que eu nunca esqueci: “Quando estiverem numa manifestação não bebam nem joguem às cartas: dá um mau aspecto do caraças.”
Vem isto a propósito de fazer-se uma “festa de protesto” a propósito do MayDay. O MayDay tem todo o meu apoio. Não tenho nada contra uma festa como a do Ateneu Comercial de Lisboa no passado dia 17 – é bem provável que até lá tivesse ido se estivesse em Lisboa. Mas fazer uma “festa de protesto”?
Os trabalhadores precários têm todo o meu respeito. Se fizessem um protesto a sério (desde que não violento), como se fazem em França, teriam todo o meu apoio. Agora fazerem como “acção de protesto” mais uma festa onde se come comida vegetariana e fumam uns charros soa-me – como dizer? – a beber ou jogar às cartas numa manifestação. Espero ao menos que a festa tenha sido boa. Bom MayDay para todos.
2009/04/30
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