Para quem questiona que a teoria de supercordas possa apresentar alguma vez resultados palpáveis, aqui está um mistério, em física da matéria condensada, que só foi explicado recorrendo a teoria de supercordas. O que mais custa aos críticos das supercordas é isto: não existe melhor educação em física teórica do que um doutoramento em teoria de supercordas ou num assunto relacionado (física estatística ou teoria quântica de campo). Assuntos que permitem (como nenhum outro) trabalhar em muitos outros campos. Eles sabem-no bem.
É com prazer que acrescento que um dos autores, o Koenraad Schalm, foi meu colega mais velho de doutoramento. É mais um produto da escola holandesa, uma das melhores em física teórica (Stony Brook, apesar de ser em Nova Iorque, pertence à escola holandesa em física teórica). Embora não tenhamos tido muito tempo em comum, o Koen serviu-me como exemplo e inspiração. Parabéns, Koen!
(E obrigado, Luís.)
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1 comentário:
«Para quem questiona que a teoria de supercordas possa apresentar alguma vez resultados palpáveis, aqui está um mistério, em física da matéria condensada, que só foi explicado recorrendo a teoria de supercordas. »
Pura propaganda enganosa.
O que isto mostra é que toda a maquinaria matemática utilizada em teoria de cordas é útil em campos que não o da gravidade quântica/interacções fundamentais. Disto poucos acho que duvidem.
A aplicação deste tipo de argumento falacioso a outras situações históricas pode ser algo do tipo:
* A teoria dos nós é útil em diversos problemas científicos experimentais. A sua aplicabilidade nestes domínios mostra que a teorias dos vórtices atómicos do séc XIX tem resultados palpáveis.
* Teorias de gauge têm aplicabilidade em problemas de matéria condensada, logo a ideia de que as interacções fundamentais são descritas por teorias de gauge apresenta resultados palpáveis mesmo sem precisarmos de andar a colidir partículas a alta energia.
* O formalismo em mecânica estatística feito em termos de integral de caminho é proveitoso do ponto de vista computacional, logo a ideia de que em teoria do campo a sua utilização via rotação de Wick é legítima é verificada experimentalmente a energias muito mais baixas.
Deixe-mo-nos de tretas. Até que da teoria de super-cordas saia algo como um constrangimento entre parâmetros do Modelo Padrão ou Física nova e seja verificada experimentalmente aquilo resultou em nada de palpável.
A matemática da teoria de cordas deve ficar para o futuro e deve ter bastante aplicabilidade em diversos ramos da Física. Isso é quase certo embora deva acontecer com um formalismo muito diferente como é alias habitual na história da ciência. Como ideia de unificação os resultados palpáveis actuais são essencialmente nulos e a vamos ver se a ideia deixa descendentes. Actualmente as perspectvas são muito pouco claras.
«não existe melhor educação em física teórica do que um doutoramento em teoria de supercordas ou num assunto relacionado (física estatística ou teoria quântica de campo). Assuntos que permitem (como nenhum outro) trabalhar em muitos outros campos.»
Até posso concordar que em geral isto é plausível mas é certamente irrelevante para os tais resultados palpáveis da teoria de cordas.
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