2007/10/29

A praxe e o provincianismo

Ainda voltando ao tema do texto de há um mês atrás (que registou o recorde de comentários neste blogue), mas para recomendar a leitura de um comentário deixado por um dos mesmos veteranos da LEIC, só que desta vez no blogue do MISTA. Vale a pena ler:
"caros estudantes do técnico. até há poucos anos não se via ninguém do técnico de traje. perguntem a quem quiserem, nunca houve essa tradição, aliás nunca houve praticamente em toda a academia em lisboa."

Não sei se tens noção (pelos vistos não) que toda a gente em Lisboa tem noção disso. E é precisamente por isso que todos nos empenhamos em trazer a tradição académica para Lisboa. Se tu julgas que isto é uma tradição "recém-inventada tradição", cópia da "rasquice alheia" e é a causa de o técnico ser "uma merda igual às outras", tenho pena de ti porque não percebes nada disto.
Pela minha experiência pessoal, um aluno em Lisboa que seja adepto da praxe não pode ser lisboeta. Nenhum aluno lisboeta se quer sujeitar a essas figuras; só os de fora de Lisboa. Daí o referido (e eloquente) “querer trazer” a praxe da província para Lisboa. (Os meus leitores de fora de Lisboa que são contra a praxe que me desculpem o “província”; uma boa definição de “provincianismo” é ser a favor da praxe, mas tal não significa necessariamente ser-se de fora de Lisboa. A implicação oposta talvez seja verdade.)
Mas há um pormenor importante: tipicamente um aluno de Lisboa, em Lisboa, não é deslocado, isto é, vive com os pais. Um aluno deslocado acabou de sair de casa e quer “emancipar-se”. Participar na praxe, seja para se submeter ou submeter os outros, pode ser visto como parte dessa “emancipação”. Seria necessário saber o comportamento dos alunos lisboetas deslocados fora de Lisboa, e eu não sei. Mas há outras razões para a minha desconfiança: pessoas que eu conheço e considero civilizadas, tendo estudado no Porto e em Coimbra nem por isso se furtaram a usarem o “traje académico”.Até prova em contrário, portanto, continuo convencido de que a praxe é mais uma manifestação da famigerada “regionalização”. Atente-se neste episódio digno do mais típico “espírito académico”.

14 comentários:

JSA disse...

Já agora entro eu na discussão Filipe. Como sabes estudei em Coimbra. Na altura não me declarei como pela praxe nem contra a praxe, apenas me coloquei de fora dela. Estava numa situação relativamente confortável, é um facto, dado que fui viver logo no primeiro ano para uma república o que me dava protecção da praxe exercida por não-repúblicos. Ainda assim, e mesmo depois, nunca praxei ninguém nem tive a menor vontade de o fazer. Ainda assim participei em jantares de curso onde os caloiros eram realmente praxados, excepto eu, que não o desejei. Tabém interrompi umas quantas praxes que eram absolutamente idiotas e que estavam a incomodar visivelmente (para não usar outro termo) os praxados. No caso nem me identifiquei pela praxe. Pura e simplesmente mandei parar a coisa e disse aos praxados que se fossem embora, o que fizeram em todos os casos menos um (este preferiu continuar). Fui presidente da mesa da assembleia magna e dirigi estas reuniões sempre sem usar uma capa e batina (que nunca comprei), opção nunca atacada por ninguém. Já mais tarde, na altura da rodagem do filme "Rasganço", de Raquel Freire (uma velha amiga dos tempos em que ela era estudante), fui convidado para aparecer como figurante numa cena em que teria de usar traje académico. Declinei, porque entendia que não faria sentido fazê-lo. Participei nos rasganços de amigos, uma vez que eles tinham escolhido ser pela praxe e estavam a ser rasgados por opção própria e porque eu estava ali por eles, seria um desrespeito recusar-me a comparecer só porque não era pela praxe. No meu último ano cheguei a ser convidado a candidatar-me à posição de Dux Veteranorum por amigos que nem se tinham apercebido que eu não cumpria mais nenhum requisito para além do número de matrículas.

Tudo isto para dizer que, não tendo gostado do conceito da praxe (qualquer sistema que aponta os mais idiotas, porque chumbam repetidamente, como superiores aos mais novos é estúpido), também nunca tive problemas em me colocar de parte, tendo sido sempre bem recebido como observador (à falta de melhor termo). O grande problema com a praxe é o mesmo que com muitas outras situações: a existência de maçãs podres. Alguns idiotas, que inventariam outros divertimentos estúpidos na ausência de praxe, abusam do "poder" que possuem e humilham os novos estudantes. Para mim, qualquer praxe que envolva pinturas, cartazes a dizer "bicho" ou coisas semelhantes são degradantes, mesmo que os estudantes sejam ainda ingénuos o suficiente para não se aperceberem. Quem não concorda com a praxe, que o diga. Quem concorda, que o eja. Mas a praxe envolve muito mais que "praxar". E pensar que se pode "importar" uma tradição que é muito mais que praxar à custa de gozar com alunos recém-chegados terá certamente um QI abaixo daquele que atribuem, alegoricamente, aos "caloiros".

PS - peço desculpa pela extensão.

Tárique disse...

Quando ingressei no IST há 7 anos, já havia actividades de recepção ao caloiros - algumas perfilavam aquilo a que se chama praxe noutros lugares (novos alunos de cara pintada, etc.); outras cingiam-se a passeios com os alunos, cantorias, jantares de turma, etc;

O que não se via nessa altura, mas que vi a aumentar durante o meu tempo no IST, era capas e batinas, códigos de praxe, designações +- pomposas (bixo, etc.) e outros rituais e elementos que suponho que tenham sido copiados de Coimbra.

Os novos alunos, principalmente os de fora de Lisboa (o meu caso), ansiavam por actividades, por experiências que marcassem a transição para uma vida nova.

Não era por ser pintados que os novos alunos desejavam, nem por ser obrigados a andar de gatas ou simular actos sexuais, muito menos carregar as mochilas aos alunos mais antigos.

Desejavam sim andar em conjunto, ter uma desculpa para dar passeios pela cidade, para fazerem novos amigos, para marcar a passagem. Para apanhar bebedeiras, também, sem dúvida.

E alguns sádicos aproveitavam esta predisposição para associar a recepção aos caloiros a actividades humilhantes.

E a humilhação, bem, para um míudo perdido em Lisboa, a humilhação era "suportável, o preço a pagar, não me diminui porque para o ano posso fazer o mesmo"

O que acontece hoje em dia é que não são apresentadas alternativas. Para brincar é preciso submeter-se a códigos que dizem que "o caloiro é merda e não vale nada e deve estar sempre calado".

Um desses homens de batina confessou-me há uns tempos: se não fosse pela oportunidade de gozar com os caloiros, achas que alguém se dava ao trabalho de organizar coisas para eles ?.

Se calhar é esse o problema: nas primeiras semanas de aulas, a alternativa à praxe é ir para casa ver tv.

E assim, ao longo dos últimos anos no IST (ao que me parece principalmente em LEEC e LEIC) foi-se criando uma conexão entre actividades de recepção ao caloiro e praxe/humilhação, talvez porque não houve ninguém a criar alternativas.

Uma nota: nesse tempo, o pessoal de LEFT recusava-se a chamar àquilo que fazia praxe. Davam passeios, faziam jogos e jantares, criavam empatias, mas não via nessa altura alunos da LEFT pintados. Não sei como é agora.

Outra nota: em muitos casos os alunos praxados são instruídos explicitamente a não fazer amizade com os que não comparecem às cerimónias de praxe.

fica ainda como anexo o link para o "código de praxe" da leec

http://praxesmeec.blogspot.com/2006/09/codigo-de-praxe-e-direitos-dos.html

deveres do caloiro:

c) Transportar todos os objectos de pseudo estudo dos Doutores e Veteranos
f) fazer tudo o que os doutores achem por bem e sempre com gosto e um sorriso
g) respirar apenas quando lhe é permitido por um veterano

Estatuto do caloiro/ mandamentos do caloiro

1. o caloiro não é gente
2. O caloiro é um ser acéfalo, grosseiro, mal-educado e acima de tudo
transexualhermafroditizado
3. O caloiro é assexuado não podendo, por isso, ter comportamentos animalescos de
carácter sexual. Em caso de incumprimento desta proibição será retirada ao caloiro, via
anal, toda a sua testerona
4. o caloiro nunca tem razão
5. o caloiro é incondicionalmente servil, obediente e resignado
6. o caloiro tem direito de respirar de vez em quando
7. o lugar do caloiro é no fim da fila
8. o caloiro não namora (engalfinhamento)
9. o caloiro não pode invocar o desconhecimento do código em sua defesa
10. o caloiro sorri ao ser praxado

sguna disse...

este post é um bom exemplo de provincianismo!

Unknown disse...

Peço desculpa por ser provinciano e me meter numa conversa de gente da cidade, dita civilizada (aka Lisboetas)

Quem fala assim não é gago, é... desconhecedor, no mínimo.

Ora bem, a praxe conimbricense, copiada um pouco por todo o país, até pelos ditos civilizados de Lisboa (e mal copiada, diga-se de passagem), é uma praxe regida por um código que, espante-se, é relativamente bem cumprido, e que visa principalmente a integrão dos caloiros na Academia e na cidade. Para isso foi igualmente criada a figura do Padrinho, que guiam o caloiro no seu primeiro ano, ajudando-o no que lhes parecer necessário ou a pedido deste.
Tenho pena que não tenha sido esta a Coimbra que conheceu pois esta é a Coimbra que conheço..

Aliás, como deve ser do seu conhecimento, o traje académico não foi inventado para se puder praxar mas sim para que todos os (provincianos) estudantes desta universidade fossem iguais entre si.

Mas não se preocupem os lisboetas pois provincianos são aqueles que saem de casa para estudar, para aprenderem algo mais do seu país e principalmente para se habituarem a viver sozinhos e todas as responsabilidades que isso acarreta. Não se preocupem pois os lisboetas que ficam em casa junto com o papá e com mamã, a ter aulas numa escola em que se copia a "rasquice alheia" é que são os verdadeiros citadinos desenrascados, os que gozam com os desgraçados dos provincianos que aos 20 anos já se desenrascam sozinhos.

Sr Filipe Moura, eu não sou a favor nem contra a praxe, mas tenho pena de ver que a sua opinião (diga-se mentalidade) é tão limitada quanto o seu texto.

NiGhT disse...

LOL!

Somos provincianos por estudar fora de Lisboa? 'Tá boa... Vê-se cada avestruz em cada blog... já apanhei o flavour of the day... um "KÓRRORE" de Lisboa. Ahah. A sério meu amigo. Trate-se. Ou pertencerá eternamente à categoria do "falam falam, mas não dizem nada".

Adérito disse...

Mais um "provinciano" para a conversa, provinciano e com todo o gosto. O senhor antes de falar daquilo que não sabe, deveria informar-se, mas lá está, é mais um alfacinha com a mania que sabe tudo, porque se tivesse pesquisado um pouco na internet (sim, a internet serve para mais do que msn, blogs de pseudo-escritores porque hoje em dia qualquer merda tem um blog (desculpem o termo, mas sou provinciano, tenho que falar como tal!), hi5 e engates virtuais... ) teria encontrado muita história acerca da praxe Coimbrã, a tradição, os costumes e o significado do traje, que como o senhor insinua, não é para se "armar ao cágados" nem fazer dos caloiros escravos, aliás, o traje foi criado precisamente para que não houvesse distinção entre ricos e pobres.

Em relação a esses seus conhecidos/amigos que estudaram em Coimbra ou no Porto (que por acaso a tradição académica também é "copiada" de Coimbra), seriam dos primeiros a frequentar as noites do parque na queima ou da latada, mas caso não saiba, isso também são festas académicas, não são festivais de música, e se se achavam muito importantes para vestir um traje só para andarem todos os dias com a sua roupinha Gant, GAP e afins armados em cocós importantes, também não deveriam frequentar essas festas, mas muito provavelmente seriam dos primeiros a convidar a escumalhar alfacinha a vir até cá beber uns copos.

É pena o senhor Filipe achar-se tão importante para comentar uma tradição com anos e anos de existência sem sequer se dignar a tentar conhecê-la. Sabe, pessoas que falam falam há muitos por esse país fora, porque como já disse, paspalhos com blogs que só dizem disparatas há muitos, até as putas os escrevem para ficarem famosas!
E mais uma vez aconselho-o a descobrir a outras potencialidades da Internet para tentar aprender algo mais, o saber não ocupa lugar...

Desculpem o testamento, já agora também não sou a favor nem contra a praxe, respeito a tradição, e apesar de estudar em Coimbra, já estudei numa academia onde não existia tradição académica e tinha muitos colegas alfacinhas e que adoravam a praxe, ainda por muito soft que ela fosse, mas era feita com respeito.

Filipe Moura disse...

Não são "a favor" e nem "contra" a praxe. Tem graça: ninguém se declara a favor da praxe, tirando os anónimos do texto original.

O traje académico poderia ter originalmente uma função igualitária, mas não é essa a função que tem hoje. Se fosse, seria barato e não um objecto de luxo. Eu não uso roupas de marca, mas desconfio que o traje académico é bem mais caro do que alguma roupa de marca. Em que mundo vocês vivem?

E digam-me - por que é que para participar numa festa académica é preciso traje? Eu gosto muito de festas académicas e participei em festas académicas em universidades de três países diferentes. Em nenhuma me foi exigido um traje! E ainda me vêm falar na função igualitária do traje!

Finalmente, se o Daniel ler com atenção os meus textos - por exemplo http://avesso-do-avesso.blogspot.com/2007/10/para-acabar-de-vez-com-praxe.html - verá que eu tenho uma grande admiração por quem com 20 anos se desenrasca sozinho numa cidade nova. Para nada disso é precisa a praxe. Isto se for minimamente honesto, claro. Será?

Unknown disse...

Eu, pelos vistos, segundo a sua perspectiva, vivo num mundo em que quem não é lisboeta é provinciano.. não é isso que dá a entender?

Só gostava de saber era a que festa o sr foi em que era obrigatório usar traje? É algo tipo os clubes de Alcântara em que só se entra de sapatinho? Usa quem quer.. Bem mais caro que qualquer roupa de marca? depende, sabe perfeitamente que hoje vivemos numa sociedade consumista e ser for comprar uma pasta de couro mais uns sapatinhos xpto claro que fica caro, mas no entanto é perfeitamente possível comprar um traje mais barato do que por exemplo um blazer da quebramar..

E, ao contrário de algumas academias, o convívio entre pessoas que se declaram anti-praxe e os que são a favor da praxe é frequente sem quaisquer atritos.. se os houvesse isso sim seria sinal de provincianismo ou mentes retrógradas. Veste o traje quem quer e praxe ou é praxado quem quer. Quem é você ou eu para julgar essas pessoas?

Filipe Moura disse...

"Eu, pelos vistos, segundo a sua perspectiva, vivo num mundo em que quem não é lisboeta é provinciano.. não é isso que dá a entender?"

Não; não é nada disso...

"depende, sabe perfeitamente que hoje vivemos numa sociedade consumista e ser for comprar uma pasta de couro mais uns sapatinhos xpto claro que fica caro"

Francamente, não sei. Não uso roupas de marca, como já disse. Tipicamente compro roupas em hipermercados e lojas de pronto a vestir.

"o convívio entre pessoas que se declaram anti-praxe e os que são a favor da praxe é frequente sem quaisquer atritos.. se os houvesse isso sim seria sinal de provincianismo ou mentes retrógradas. Veste o traje quem quer e praxe ou é praxado quem quer. "

Era bom que fosse assim, mas isso não é verdade. As pessoas são coagidas a serem praxadas. Daí a minha acusação de provincianismo e mentes retrógradas. Mas é bom vê-lo admitir o provincianismo ligado à praxe!

DDivinal disse...

aaaiii... por onde é que começo?

vejamos, quanto a:

"Tem graça: ninguém se declara a favor da praxe, tirando os anónimos do texto original",

olhe eu declaro-me cem por cento a favor da praxe e quanto mais dela conheço menos compreendo determinados movimentos que por aí andam como MATA's ou assim. e Menos ainda compreendo quem ataca a praxe de Coimbra, principalmente quem a não conhece ou viveu! Em Coimbra o caloiro não é palhaço! Por isso todos os argumentos de que a praxe só serve para humilhar o caloiro e divertir alguns doutores não têm simplesmente fundamento (que outras províncias (como Lisboa) desrespeitem algo de bases intrincadamente enlaçadas com séculos de História de Portugal, isso é outra história e é mais exemplo do empobrecimento racional da juventude destes dias que outra coisa). Em Coimbra a praxe não se limita à semana de recepção ao caloiro!!!

É certo que aquando do gozo do caloiro (apenas uma de entre muitas componentes da praxe, em Coimbra) acontecem por vezes excessos; excessos estes que são cometidos por gente menos elucidada quanto à praxe e sinceramente não conheço nenhum outro local, com algum outro código da Praxe onde os caloiros (e não só) estejam melhor protegidos contra estes excessos.

Acerca do traje ser um objecto de luxo... simplesmente... não! Aliás sê-lo-á talvez para aquelas pessoas que o compram só para usar na bênção das fitas/pastas e tirar umas fotografias bonitas com a família. Para mim foi o dinheiro mais bem gasto que alguma vez gastei, pois não há par de calças da Salsa que use tanto sem estragar. Ora pense comigo meu caro: paguei 150 euros, mais coisa menos coisa, pelo respectivo. Usá-lo-ei durante Seis anos, 24 estações, tenhamos presente que o traje como está concebido tanto dá para o Verão como para o Inverno (que jeito não dá a bela capa nas noites frias do parque), e supúnhamos que comprávamos por estação apenas uma pecita de roupa, ora uns calções curtinhos ora um casaco mais forte; uma pecita de roupa que (estamos a comprar muuuuuito barato) nos ficava em 10 euros. Já gastávamos 240 euros... mais que 150 e como a roupa está mais cara que os dez euros por peça...

Mas deixe que lhe diga, o Traje está muito acima de conversas acerca de cifrões. Tem, com efeito, ainda! o intuito de nos igualar a todos. Quando vestimos o traje somos todos estudantes da mesma academia, qualquer que seja a nossa província de origem, curso, posses... naquele momento somos todos declaradamente orgulhos estudantes da Academia. Orgulhos porque batalhámos muito para lá chegar, orgulhosos por pertencermos à grande família Capas Negras, Família com uma História grande e valerosa e onde podemos sempre encontrar aconchego.

Sou uma provinciana perdida por Coimbra há apenas um ano e bastaram-me seis meses (e uma queima) para que Coimbra conquistasse definitivamente o seu espaço em mim, e se assim foi, foi graças à Praxe foi graças ao conjunto de usos e costumes tradicionalmente existentes entre os estudantes da Universidade de Coimbra e os que forem decretados pelo Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra; Usos e Costumes que são muito mais que gozar um caloiro! São: oferecer a esse mesmo caloiro um ombro amigo para chorar se for preciso; não aplaudir a serenata e saber porquê, atravessar a porta férrea de capa aos ombros...

Sinceramente já não estou indignada com o que li e com as críticas injustas que foram feitas, muito menos por ser uma provinciana parva só porque não partilho da opinião do nosso colega quanto à praxe, ou não habitar na elitista Lisboa, neste momento tenho pena que não possa sentir a grandiosidade da Praxe!

Unknown disse...

"Mas é bom vê-lo admitir o provincianismo ligado à praxe!"

..ora leia lá de novo..

AS disse...

Se o traje serve para que todos sejam iguais (eu nunca quis ser igual a ninguém, que pensamento totalitário), por que raio é que os caloiros não o podem usar? Deixo esta pergunta para vossa reflexão...
Não defendo a ideia do autor do texto, que, provincianamente, chama provincianos aos que são de fora de Lisboa, mas concordo com a questão de praxe. Usei o traje meia dúzia de vezes, no último ano, porque alguns colegas, adeptos da tradição, se juntaram para mo oferecer... Nunca praxei e fui a algumas festas em que tive de pagar mais por não estar trajado. Lá está, os que são iguais, são-no entre si... Os outros são diferentes. "Eles que paguem". Esse tipo de argumentos não me convence. Regra geral, visam apenas a desculpabilização de actos, digamos, menos civilizados, que alguns "doutores" cometem, excitados com o exercício da humilhação.

Anónimo disse...

Boas
Estudo em Coimbra e orgulhosamente uso CAPA E BATINA. Porque é que em vez de se criticar tanto não se tenta compreender o seu significado. A praxe não é só o que acontece aos caloiros. A praxe é tudo. Desde a serenata monumental, passando por queimas e latadas (que também têm um significado), rasganços (que eram feitos pelos caloiros aos doutores). Por favor, informem-se. Quem esta de fora alguma vez tentou viver a coisa por dentro? Porque é que aceitam à partida que a praxe é má quando muitos nunca a viveram?
Pensem nisto

J.Pierre Silva disse...

Convido a ler e comentar o seguinte artigo (e outros relacionados) em:

http://notasemelodias.blogspot.com/2008/09/notas-sobre-praxes-e-praxe.html

Com os melhores cumprimentos.