Espero um bom ano de 2007. É preciso manter o optimismo.
São estes os meus votos para os meus amigos e leitores. Até 2007.
2006/12/31
2006/12/30
BCP: banco do não?
O Nuno Ramos de Almeida e o Ricardo Alves lançaram a suspeita; a pronta resposta do amigo de Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto (do BCP e conhecidos membros do Opus Dei) confirmou. Os meus votos para 2007 para o André Azevedo Alves são que continue assim, primário e previsível.
2006/12/28
Já tive melhores Natais...
Problemas familiares têm-me impedido de actualizar esta página com a regularidade habitual. Depois do Ano Novo espero voltar a escrever diariamente (ou quase).
2006/12/27
Páginas da Vida
Ainda não vi a nova novela da SIC, e já sei muito. Já sei que a personagem principal é uma senhora de meia idade, da classe média-alta, invariavelmente chamada Helena. Já sei que o cenário é o Rio de Janeiro, mais precisamente o Leblon. Já sei que a história vai andar à volta de pessoas como ela, envolvidas em circunstâncias extremas (bebés trocados, leucemia...) mas verosímeis. Já sei que as personagens são concebidas com o maior cuidado, até ao mais ínfimo pormenor. Já sei que estou na presença de uma novela muito bem escrita. Já sei que o genérico vai ser com uma música do Tom Jobim, e que a banda sonora vai estar impregnada de bossa nova. Já sei que estou na presença do melhor retrato de um certo Rio de Janeiro, o dos dias de hoje mas que ainda é o de Vinicius e Jobim, que nos pode ser oferecido. Já sei que estou na presença de uma novela do Manoel Carlos, o mesmo autor de Por Amor e Laços de Família. Ainda não vi, e já sei que vou gostar.
2006/12/22
Boas festas
Começo por discordar na argumentação deste texto do Tiago Barbosa Ribeiro: conforme lá escrevi algo provocatoriamente, antes uns burgueses terem os seus carros queimados à porta do que ter-se um “In God we trust” impresso nas notas! Ou um “God bless America” nas contas do supermercado, como eu tinha depois do 11 de Setembro. A relação dos Estados Unidos com a religião está longe de ser modelo para algum país desenvolvido. Ao contrário do que o Tiago Ribeiro provavelmente julga, não é só no Irão que existem fundamentalistas religiosos. Eles existem também nos EUA e têm mais influência do que ele possa julgar, incluindo a administração Bush filho (mais do que qualquer outra). Pode haver respeito de umas religiões relativamente às outras, mas há um predomínio da religião (de Deus) traduzido no “In God We Trust” nas notas bancárias, que pelos vistos tanto lhe agrada. A América é uma nação temente a Deus, seja este qual for. Pouco lugar há para agnósticos e ateus: são uns excêntricos que vivem no mundo académico e pouco mais.
Dito isto, não posso concordar com as ridículas manifestações de “politicamente correcto” que constituem a supressão de algumas celebrações de Natal em empresas europeias. Queira-se ou não, o Natal é celebrado, por razões históricas e culturais, pela esmagadora maioria das pessoas, crentes e não crentes. Já era celebrado o solestício de Inverno muito antes de Cristo! Por isso é feriado nacional. Tem de se respeitar os feriados celebrados historicamente nos diferentes locais. Em Nova Iorque observavam-se todos os feriados judeus, e eu dei aulas numa sexta-feira santa. No instituto onde me doutorei, entre os docentes a maioria era judaica. Os enfeites de Natal conviviam com as velas de Hannukah. Nunca deixou de haver uma festa na segunda ou terceira semana de Dezembro!
O final de cada ano é sempre um motivo para celebrar. Toda a gente o sente. As festas numa empresa ou numa escola não devem ter um carácter proselitista. Desde que esta condição se verifique, deve prevalecer o princípio de que uma festa, desde que desejada por um número significativo de pessoas, não pode ofender ninguém.
Concluo tudo isto desejando, muito laicamente, boas festas a todos os meus leitores e amigos.
Dito isto, não posso concordar com as ridículas manifestações de “politicamente correcto” que constituem a supressão de algumas celebrações de Natal em empresas europeias. Queira-se ou não, o Natal é celebrado, por razões históricas e culturais, pela esmagadora maioria das pessoas, crentes e não crentes. Já era celebrado o solestício de Inverno muito antes de Cristo! Por isso é feriado nacional. Tem de se respeitar os feriados celebrados historicamente nos diferentes locais. Em Nova Iorque observavam-se todos os feriados judeus, e eu dei aulas numa sexta-feira santa. No instituto onde me doutorei, entre os docentes a maioria era judaica. Os enfeites de Natal conviviam com as velas de Hannukah. Nunca deixou de haver uma festa na segunda ou terceira semana de Dezembro!
O final de cada ano é sempre um motivo para celebrar. Toda a gente o sente. As festas numa empresa ou numa escola não devem ter um carácter proselitista. Desde que esta condição se verifique, deve prevalecer o princípio de que uma festa, desde que desejada por um número significativo de pessoas, não pode ofender ninguém.
Concluo tudo isto desejando, muito laicamente, boas festas a todos os meus leitores e amigos.
A universidade portuguesa, mais uma vez
Fale-se do relatório OCED, de Bolonha... Mas leiam-se experiências como as do Nélson.
2006/12/21
Antes do jantar anual da LEFT
Um rapaz que eu conheço há uns dez anos escrevia num blogue colectivo, tendo dele saído aparentemente por culpa de um erro de ortografia!
Quando eu tinha chegado aos EUA para o meu doutoramento, ele ainda andava pelo Técnico a licenciar-se em Física. E mandava aos amigos emails com passagens como esta, que transcrevo textualmente:
Caros amigos espero que com vosco esteja tudo O.K.
Venho por este meio comunicarvos que com sorte (se o papa deichar, se
me aceitarem e se houver bolsa) sou mais um a ir para a diaspora, mais
precisamente para a polytechnique.
Filipe Moura:
Confeco que nao tenho lido os teus mails com a assiduidade habitual
E mais, que eu não pude ir pesquisar. Mas em vez de Paris ele acabou por ir doutorar-se para Londres; lembro-me de me mandar outro email a dar a notícia de que tinha sido aceite no Empirial College (sic).
Portanto, afianço que este rapaz é perfeitamente capaz de escrever que o Paulo Portas foi “cunivente” (assim, com “u”) com o Santana Lopes. E escreveu-o, de facto, nos comentários no dito blogue colectivo. O administrador do respectivo blogue, dono de uma mente perversa e pelos vistos admirador do ex-líder do PP, é que viu no “cunivente” uma insinuação torpe. Vai daí envolveram-se numa discussão, que envolveu comentários apagados, tendo ao que consta o simpatizante de Paulo Portas feito ver ao nosso rapaz que certo tipo de assuntos, pessoas e comentários políticos (não necessariamente o do "cunivente") não eram “próprios" para serem abordados naquele blogue. O meu amigo resolveu então em boa hora abandonar um blogue tão rasca e passar a escrever com mais regularidade no seu próprio, que se passou a designar Homem à beira de um ataque de nervos. E tudo isto valeu a pena, porque como eu referi conheço este meu colega há uns dez anos e creio que foi a primeira atitude de adulto que alguma vez o vi tomar.
Estou a referir-me, como já se aperceberam, ao Luís Oliveira, que punha a cabeça em água aos autores e comentadores do Blogue de Esquerda (e do Aspirina B), que numa mesma postagem assinava diversos comentários contraditórios com identidades diferentes. Ao D. João e a Máscara. Ao Cona Verbosa, comentador compulsivo que "precisa dos blogues como do oxigénio para respirar", como lhe chamou o Bombatómica. Luís: vê lá se dás menos pontapés na gramática. E ilumina-nos. Make our days.
Quando eu tinha chegado aos EUA para o meu doutoramento, ele ainda andava pelo Técnico a licenciar-se em Física. E mandava aos amigos emails com passagens como esta, que transcrevo textualmente:
Caros amigos espero que com vosco esteja tudo O.K.
Venho por este meio comunicarvos que com sorte (se o papa deichar, se
me aceitarem e se houver bolsa) sou mais um a ir para a diaspora, mais
precisamente para a polytechnique.
Filipe Moura:
Confeco que nao tenho lido os teus mails com a assiduidade habitual
E mais, que eu não pude ir pesquisar. Mas em vez de Paris ele acabou por ir doutorar-se para Londres; lembro-me de me mandar outro email a dar a notícia de que tinha sido aceite no Empirial College (sic).
Portanto, afianço que este rapaz é perfeitamente capaz de escrever que o Paulo Portas foi “cunivente” (assim, com “u”) com o Santana Lopes. E escreveu-o, de facto, nos comentários no dito blogue colectivo. O administrador do respectivo blogue, dono de uma mente perversa e pelos vistos admirador do ex-líder do PP, é que viu no “cunivente” uma insinuação torpe. Vai daí envolveram-se numa discussão, que envolveu comentários apagados, tendo ao que consta o simpatizante de Paulo Portas feito ver ao nosso rapaz que certo tipo de assuntos, pessoas e comentários políticos (não necessariamente o do "cunivente") não eram “próprios" para serem abordados naquele blogue. O meu amigo resolveu então em boa hora abandonar um blogue tão rasca e passar a escrever com mais regularidade no seu próprio, que se passou a designar Homem à beira de um ataque de nervos. E tudo isto valeu a pena, porque como eu referi conheço este meu colega há uns dez anos e creio que foi a primeira atitude de adulto que alguma vez o vi tomar.
Estou a referir-me, como já se aperceberam, ao Luís Oliveira, que punha a cabeça em água aos autores e comentadores do Blogue de Esquerda (e do Aspirina B), que numa mesma postagem assinava diversos comentários contraditórios com identidades diferentes. Ao D. João e a Máscara. Ao Cona Verbosa, comentador compulsivo que "precisa dos blogues como do oxigénio para respirar", como lhe chamou o Bombatómica. Luís: vê lá se dás menos pontapés na gramática. E ilumina-nos. Make our days.
2006/12/20
2006/12/19
Divergências e insurgências sobre Pinochet
Valha a verdade, há que não confundir o timoneiro com o barco, embora textos como este passem despercebidos no meio do mar de propaganda de extrema-direita que é a imagem de marca do blogue. Surgem assim naturalmente associações como esta, esta ou esta. Como diria Salazar que, para o André Azevedo Alves é o português do século XX, em política o que parece é...
2006/12/18
Economistas vs. Físicos
Para quem achou a sugestão de leitura anterior demasiado técnica, aqui fica outra mais leve: Economics vs. Physics Love-Off, ainda no Cosmic Variance.
Economists have a huge amount of influence over actual public policy, while admiration for physicists doesn’t get you too much beyond the “Isn’t that cool!” level, and occasional appearances on late-night radio. (...) These three sentences point to a definite failure on the part of physicists to successfully get their message across. (...) Unfortunately — and to a signficant extent this is our own fault — it’s not always clear to the person on the street which ideas are speculative and which have come to be accepted, nor is it clear that we have good reasons even for the wildest speculations.Esta vai com dedicatória ao Luís Aguiar Conraria, ao Sérgio dos Santos e ao João Miranda.
2006/12/17
Gatos sobreexpostos
"Isto é uma espécie da magazine igual ao da semana passada", no Frangos para fora.
2006/12/15
Joe Polchinski escreve no Cosmic Variance
Joseph Polchinski, o reputado físico teórico da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, dá uma visão crítica da teoria das supercordas, resumindo a sua história, os seus principais resultados, e comparando-a com as eventuais teorias concorrentes. Uma opinião a não perder, por um dos principais protagonistas dos desenvolvimentos deste tema. No Cosmic Variance.
2006/12/14
20 anos
Foi perante cerca de 60 mil espectadores, no velho Estádio Alvalade, que os leões fizeram história com aqueles 7-1 ao rival Benfica. (...) O Benfica, de John Mortimore, era líder do campeonato, sem derrotas, estava em grande forma, enquanto o Sporting, de Manuel José, irregular, em crise, estava em quarto lugar, atrás do Vitória de Guimarães. Quem ia adivinhar um resultado destes? Aquela segunda parte foi um delírio para os apaniguados leoninos e o desespero para os indefectíveis da Luz. (...) O Sporting passou bem o Natal mas não venceu nas seis jornadas seguintes e no final só conseguiu o quarto lugar, enquanto o Benfica (...) no fim sagrou-se campeão nacional. Já passaram 20 anos.(Vítor Cândido, A Bola de hoje)
2006/12/13
Retalho natalício
Nos dois últimos textos fiz, sem que ele o merecesse, duas maldades ao João Pedro Henriques: acabei por comparar (mesmo se implicitamente) uma análise política dele às minhas, e ainda lhe descobri (literalmente) a careca. Está na altura de recordar que eu o considero “a maior autoridade blogosférica no comércio a retalho”.
Por falar nisso, e como vamos de bolo-rei? Para o Natal eu gosto de comprar um decente (até pode ser no supermercado, mas desde que seja de fabrico próprio, feito no dia). Enquanto o Natal não vem, nem me importo de os ir comprando pré-feitos. Os do Minipreço este ano são supimpas (da mesma fábrica, em Tondela, de onde vinham os folares que eu comprava em Paris!). Já o Pingo Doce (pelo menos nas lojas menores) tem um pré-feito de longa duração que deixa muito a desejar quando comparado com o que costumava ter.
Por falar nisso, e como vamos de bolo-rei? Para o Natal eu gosto de comprar um decente (até pode ser no supermercado, mas desde que seja de fabrico próprio, feito no dia). Enquanto o Natal não vem, nem me importo de os ir comprando pré-feitos. Os do Minipreço este ano são supimpas (da mesma fábrica, em Tondela, de onde vinham os folares que eu comprava em Paris!). Já o Pingo Doce (pelo menos nas lojas menores) tem um pré-feito de longa duração que deixa muito a desejar quando comparado com o que costumava ter.
Resposta atrasada (II)
Cara Fernanda Câncio: 1,82 m de altura, 68 kg de peso, cabelo e olhos castanhos, pele clara, óculos... Borbulhas, tive muitas na adolescência. Dentes de coelho é que nem por isso. Chega-lhe? Só não ponho fotografia porque, conforme talvez se recorde se era leitora do Blogue de Esquerda, eu só coloco fotografias minhas no blogue a tomar banho.
Esta questão do aspecto físico dos blógueres faz-me lembrar um outro blóguer que tive o prazer de conhecer, na Rua Viriato, quando ele entrei (estava ele a poucos dias de sair para a Av. Liberdade): justamente o João Pedro Henriques, colega da Fernanda. O JPH é uma excepção: ele é alto. Mas também devo dizer que é um pouco mais barrigudo e com menos cabelo do que o que estava à espera.
O mistério do aspecto físico dos blógueres que não são figuras públicas é uma das graças da blogosfera. A proposta da Fernanda parece-me um pouco radical.
Esta questão do aspecto físico dos blógueres faz-me lembrar um outro blóguer que tive o prazer de conhecer, na Rua Viriato, quando ele entrei (estava ele a poucos dias de sair para a Av. Liberdade): justamente o João Pedro Henriques, colega da Fernanda. O JPH é uma excepção: ele é alto. Mas também devo dizer que é um pouco mais barrigudo e com menos cabelo do que o que estava à espera.
O mistério do aspecto físico dos blógueres que não são figuras públicas é uma das graças da blogosfera. A proposta da Fernanda parece-me um pouco radical.
2006/12/12
Resposta atrasada (I)
Por absoluta falta de tempo, ainda não pude agradecer ao Luís M. Jorge as simpáticas distinções com que me presenteou, quer ao nível da divulgação científica quer do comentário político. Eu faço o blogue em grande parte para me divertir, umas vezes mais a sério (a divulgação científica é um desses casos) e outras mais pelo juvenil prazer de ser do contra (incluem-se nesta categoria, a que se deve aliás o titulo do blogue, os comentários políticos). Fico satisfeito por ambas as nomeações, e fico satisfeito pela nomeação do João Pedro Henriques (que é um jornalista político, muito mais habilitado do que eu para escrever sobre política, e que é quem realmente faz comentários políticos no Glória Fácil). Não quero aqui comparar-me com ele (embora o considere, tal como me considero a mim, um tipo que pensa pela sua cabeça, e que tal se reflecte na sua escrita). Apesar disto tudo, gostaria que o Luís me explicasse as diferenças significativas, no conteúdo ou na forma, por exemplo entre isto e isto.
2006/12/11
O ditador chileno morreu...
Já o líder cubano continua vivo, embora não deva durar muito mais tempo.
Música do dia: Yo pisaré las calles nuevamente, de Pablo Milanés. E o traidor não pagou a sua culpa. Que a terra lhe seja pesada.
Música do dia: Yo pisaré las calles nuevamente, de Pablo Milanés. E o traidor não pagou a sua culpa. Que a terra lhe seja pesada.
2006/12/09
Os perigos do maus jornalismo científico
Já que temos vindo a falar nisso, recomendo este texto do Cosmic Variance. A ler com atenção por quem se interessar pelo assunto.
2006/12/08
Reflexão (após não ter conseguido entrar no supermercado por um minuto)
Todos os meus falhanços são assim, por pouco. Quando falho estou sempre próximo, estou sempre quase. O que me deixa sempre a pensar que com mais um pouquinho de esforço, com mais um pouquinho de sorte, talvez conseguisse o objectivo a que me propunha. Como além disso sou teimoso como uma mula, continuo a tentar. Talvez fosse melhor para mim (talvez eu aprendesse mais) se os meus falhanços fossem mais espectaculares, se falhasse por muito.
2006/12/07
Resposta a "Para o Diário de Notícias, Rómulo de Carvalho não existe"
Enviei o meu texto Para o Diário de Notícias, Rómulo de Carvalho não existe ao provedor dos leitores do Diário de Notícias. A resposta foi publicada na sua coluna semanal, na passada terça feira. Inclui um depoimento de Carlos Fiolhais, professor na Universidade de Coimbra. E é nesse ponto (e só nesse ponto) que eu reconheço que posso ter sido algo injusto, ao afirmar que "Rómulo de Carvalho não deixou sucessores em Portugal". Deveria ter feito a ressalva de que Portugal tem, hoje, excelentes divulgadores da ciência (Carlos Fiolhais é um deles). Porém, nenhum se dirige ao homem comum como público-base como Rómulo de Carvalho (é nesse sentido que eu escrevi que "não deixou sucessores"). Mas os tempos são outros, e espera-se que esse público, apesar de desinteressado pela ciência, seja um pouco mais educado do que era o público-base de Rómulo de Carvalho. O nível conceptual da divulgação científica subiu, e ainda bem. Mas ainda nos faz muita falta algo como a "Física do Dia a Dia" (é justo referir que o mais parecido com tal que eu conheço, da autoria de um português, é o livro "Física Divertida", do mesmo Carlos Fiolhais).
Destaco o depoimento do director do jornal, António José Teixeira:
PS: Apesar de vir identificado como tal, eu não sou "professor" (quem dera!). O erro deve-se provavelmente a eu ter enviado o texto do meu email profissional (e que é, de resto, o meu email pessoal há muitos anos).
PPS: O próprio "Diário de Notícias" noticiou a atribuição do Prémio Rómulo de Carvalho a Carlos Fiolhais, na secção "Pessoas", na penúltima página (indisponível na rede). O que não me parece mal. Gostei de ver um físico misturado com actores, cantores e políticos. E o texto estava muito bom.
Destaco o depoimento do director do jornal, António José Teixeira:
"Todos os dias chegamos à conclusão de que poderíamos fazer melhor o nosso trabalho. Acontece em todos os ofícios. Recentemente, abordámos por duas vezes o centenário de Rómulo de Carvalho. Fizemo-lo com profissionalismo e qualidade, porventura sem nos determos com suficiência na sua obra científica. Pedimos depoimentos, nomeadamente de Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a sua faceta pedagógica. Recebemos, aliás, um elogio da família de Rómulo de Carvalho pelo trabalho divulgado. Concordo com o leitor quanto ao interesse em dar mais espaço à ciência."Era mesmo esta última frase que eu queria "ler". Agradeço ao Provedor dos Leitores por ter concedido tanto espaço (uma página inteira no jornal, incluindo uma caricatura que, felizmente, não era da autoria do André Carrilho), o que mostra que deu importância a esta questão. E espero que o Director não se fique só pelas intenções.
PS: Apesar de vir identificado como tal, eu não sou "professor" (quem dera!). O erro deve-se provavelmente a eu ter enviado o texto do meu email profissional (e que é, de resto, o meu email pessoal há muitos anos).
PPS: O próprio "Diário de Notícias" noticiou a atribuição do Prémio Rómulo de Carvalho a Carlos Fiolhais, na secção "Pessoas", na penúltima página (indisponível na rede). O que não me parece mal. Gostei de ver um físico misturado com actores, cantores e políticos. E o texto estava muito bom.
2006/12/06
Almoço em Alvalade
Caro André:
O almoço foi óptimo. A mão-de-vaca estava boa e as tuas costeletas tinham bom aspecto. Gostei do restaurantezinho, embora naquelas redondezas a melhor escolha tivesse sido o Antigo Retiro Quebra Bilhas. Mas agora, para irmos ao Quebra-Bilhas, só se tu tivesses pedido uma cunha ao Grande Timoneiro Insurgente. É que, desde há pouco tempo, o Quebra-Bilhas é dos amigos dele. (Soube desta triste notícia sobre um dos meus restaurantes favoritos de Lisboa via Esquerda Republicana.)
Quem sabe no futuro o Quebra Bilhas volta a ser o que era? Até lá havemos de continuar a almoçar de vez em quando. Foi um prazer finalmente conhecer-te.
O almoço foi óptimo. A mão-de-vaca estava boa e as tuas costeletas tinham bom aspecto. Gostei do restaurantezinho, embora naquelas redondezas a melhor escolha tivesse sido o Antigo Retiro Quebra Bilhas. Mas agora, para irmos ao Quebra-Bilhas, só se tu tivesses pedido uma cunha ao Grande Timoneiro Insurgente. É que, desde há pouco tempo, o Quebra-Bilhas é dos amigos dele. (Soube desta triste notícia sobre um dos meus restaurantes favoritos de Lisboa via Esquerda Republicana.)
Quem sabe no futuro o Quebra Bilhas volta a ser o que era? Até lá havemos de continuar a almoçar de vez em quando. Foi um prazer finalmente conhecer-te.
Mais outra constatação
Sucede-me todas as vezes que eu conheço um blóguer: fisicamente são sempre mais baixos do que eu esperava. Julgava que era assim com os blógueres de esquerda, mas afinal também é com os de direita. Ou afinal talvez este nem seja assim tanto de direita. Eu sempre lhe disse.
Já esperava outra desgraça russa
Só foi surpresa para quem não viu o dérbi. E não conhece a história.
Caro Paulo Bento:
Caro Paulo Bento:
- sei que deves admirar o Moutinho (um jogador parecido com o que tu foste), mas está na altura de o deixares descansar um pouco;
- está também na hora de pores cobro ao vedetismo de alguns meninos como o Nani e o Djaló, que nesta altura não devem ser titulares;
- está na altura de apostares mais vezes no Carlos Martins e no Miguel Veloso;
- está na altura de parares de ter azar com as lesões (três laterais direitos!).
2006/12/05
O grande circo da Física – as respostas
Os textos deram bastante discussão – e ainda bem.
Sobre a velocidade do pontapé do Ronny, já o Nelson tinha falado. No seu blogue e nos comentários ele questiona como terá sido possível medir aquele tempo só com uma câmara, só de um ângulo (com várias câmaras seria impossível obter sincronização). E ao considerar o número de frames per second – um conceito que qualquer utilizador do Subtitle Workshop conhece... – demonstra-nos como o erro no tempo de vôo da bola é da mesma ordem de grandeza desse mesmo tempo, resultando assim numa grande imprecisão. Não concordo totalmente com a estimativa de erro que ele apresenta (para mim são duas fps e não quatro), mas os excelentes argumentos são válidos.
Quanto ao bolor do pão de forma, também originou uma discussão interessante. Como bem apontou o João André, essencial para criar bolor é a humidade. Embora não o tenha referido explicitamente (o objectivo era que fosse deduzido pelo leitor), o que eu notei foi que a fatia de fora estava seca, enquanto as interiores estavam húmidas, diria mesmo molhadas. O que me surpreendeu (e me levou a escrever sobre isso aqui no blogue) foi: como duas fatias adjacentes podem apresentar aspectos tão dísparos, somente devido ao maior contacto com o ar! A fatia de fora estava dura, rija e seca. Não havia bolor que lá pudesse crescer. As de dentro eram o meio de cultura ideal.É este a meu ver o factor essencial. Nos comentários a discussão ficou muito enriquecida com os comentários do João, do Manuel Anastácio e do zèd, sem esquecer o Miguel Madeira. A todos agradeço. E agora até ao próximo “circo da Física”.
Sobre a velocidade do pontapé do Ronny, já o Nelson tinha falado. No seu blogue e nos comentários ele questiona como terá sido possível medir aquele tempo só com uma câmara, só de um ângulo (com várias câmaras seria impossível obter sincronização). E ao considerar o número de frames per second – um conceito que qualquer utilizador do Subtitle Workshop conhece... – demonstra-nos como o erro no tempo de vôo da bola é da mesma ordem de grandeza desse mesmo tempo, resultando assim numa grande imprecisão. Não concordo totalmente com a estimativa de erro que ele apresenta (para mim são duas fps e não quatro), mas os excelentes argumentos são válidos.
Quanto ao bolor do pão de forma, também originou uma discussão interessante. Como bem apontou o João André, essencial para criar bolor é a humidade. Embora não o tenha referido explicitamente (o objectivo era que fosse deduzido pelo leitor), o que eu notei foi que a fatia de fora estava seca, enquanto as interiores estavam húmidas, diria mesmo molhadas. O que me surpreendeu (e me levou a escrever sobre isso aqui no blogue) foi: como duas fatias adjacentes podem apresentar aspectos tão dísparos, somente devido ao maior contacto com o ar! A fatia de fora estava dura, rija e seca. Não havia bolor que lá pudesse crescer. As de dentro eram o meio de cultura ideal.É este a meu ver o factor essencial. Nos comentários a discussão ficou muito enriquecida com os comentários do João, do Manuel Anastácio e do zèd, sem esquecer o Miguel Madeira. A todos agradeço. E agora até ao próximo “circo da Física”.
2006/12/04
Utilidades de um pão de forma
Estando ela só de passagem, e de partida, a simpática australiana ofereceu-me o resto do pão de forma. Se eu não o aceitasse, ela deitá-lo-ia fora de qualquer maneira. Sendo eu absolutamente contra o desperdício de qualquer tipo de recursos (a começar pela comida), é claro que aceitei. Só que depois acabei por não o comer em tempo útil. Acabei por não fazer nada com ele. O pobre pão acabou por não ter serventia nenhuma. Não fazer nada, não ter serventia, vírgula. O pão serviu para alguma coisa. Eu fiz alguma coisa com ele. Fiz duas belas entradas para o blogue. Espero que tenham gostado.
2006/12/03
“E no entanto, ela move-se”
Galileu - um bom espectáculo no Teatro Aberto. Não é propriamente uma recomendação da peça de Bertold Brecht, pois a última representação foi no passado domingo (e eu só a assisti no sábado). Fica o louvor e o reconhecimento.
O jovem actor Afonso Pimentel era óptimo no papel de Andrea, o jovem pupilo de Galileu que fica desapontado com a “traição” do mestre (interpretado por Rui Mendes), que renega a sua teoria heliocêntrica perante a inquisição. Afinal, seria melhor Galileu ter sido queimado, como Bruno, ou permanecer vivo e terminar secretamente a sua obra, deixando-a para a posteridade, mesmo sendo entretanto obrigado a renegá-la?
Paralelamente à peça Galileu, Afonso Pimentel participa na tão criticada telenovela Floribella. O mesmo actor é assim capaz de participar em produções “de qualidade” e “menores”, sendo que é destas últimas que provém a maior parte da sua fama e da sua subsistência. Curiosamente a peça aborda esta mesma questão, mostrando-nos Galileu a “vender” o seu talento a governos, para fins militares e outros, sendo mesmo capaz de comercializar e divulgar o telescópio (que não inventara) para poder ganhar dinheiro e pagar as suas dívidas (devidas à investigação, mas também ao seu estilo de vida), que o salário de professor não permitia. A atitude de Galileu não foi bem aceite por Brecht que, no fim, nos apresenta um cientista arrependido por ver o resultado das suas pesquisas utilizado por governos. Não creio que Brecht gostasse de ver um actor de telenovelas num dos principais papéis de uma das suas peças. Mas a lição de Galileu – e de Afonso Pimentel – é essa: um cientista, tal como um actor, precisa de comer.
Texto originalmente publicado no Cinco Dias.
O jovem actor Afonso Pimentel era óptimo no papel de Andrea, o jovem pupilo de Galileu que fica desapontado com a “traição” do mestre (interpretado por Rui Mendes), que renega a sua teoria heliocêntrica perante a inquisição. Afinal, seria melhor Galileu ter sido queimado, como Bruno, ou permanecer vivo e terminar secretamente a sua obra, deixando-a para a posteridade, mesmo sendo entretanto obrigado a renegá-la?
Paralelamente à peça Galileu, Afonso Pimentel participa na tão criticada telenovela Floribella. O mesmo actor é assim capaz de participar em produções “de qualidade” e “menores”, sendo que é destas últimas que provém a maior parte da sua fama e da sua subsistência. Curiosamente a peça aborda esta mesma questão, mostrando-nos Galileu a “vender” o seu talento a governos, para fins militares e outros, sendo mesmo capaz de comercializar e divulgar o telescópio (que não inventara) para poder ganhar dinheiro e pagar as suas dívidas (devidas à investigação, mas também ao seu estilo de vida), que o salário de professor não permitia. A atitude de Galileu não foi bem aceite por Brecht que, no fim, nos apresenta um cientista arrependido por ver o resultado das suas pesquisas utilizado por governos. Não creio que Brecht gostasse de ver um actor de telenovelas num dos principais papéis de uma das suas peças. Mas a lição de Galileu – e de Afonso Pimentel – é essa: um cientista, tal como um actor, precisa de comer.
Texto originalmente publicado no Cinco Dias.
2006/12/01
Foda-se
Não há nada que mais me indisponha do que isto. Ainda por cima (e principalmente) quando não nos podemos queixar da arbitragem. Prefiro perder com o Estrela da Amadora ou a Naval 1º de Maio.
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