2009/05/12

50 anos da batata a que chamam "queijo"

Um aspecto que eu nunca entendi na política portuguesa foi o episódio do "queijo limiano", com António Guterres. Para salvar um queijo propriamente dito, um queijo decente, como o da Serra da Estrela, o de Nisa ou o da Ilha de São Jorge, ainda poderia aceitar uma indecência política como a do “orçamento do queijo limiano” de há dez anos atrás. Agora para salvar uma batata a que os holandeses chamam “queijo”, e que só poderiam ter sido eles a inventar?
Parece que a “batata” limiana faz 50 anos. Triste sina, a do Minho. Como se não bastasse ter um refresco (chamado “verde”) que há quem julgue que é vinho, tem também um puré de batata (“limiano”) que há quem julgue que é queijo.

4 comentários:

CMF disse...

"Agora para salvar uma batata a que os holandeses chamam “queijo”, e que só poderiam ter sido eles a inventar?"
O que é que isso quer dizer, "só os holandeses poderiam ter inventado"? Significa que os holandeses não sabem fazer queijo? Se for isso, vamos ter aqui uma longa conversa. Desiste já, Filipe :) (Falas do queijo da ilha não é? É bom não é? Vê lá quem são os "primos" desse queijo :) )

Filipe Moura disse...

Caro Carlos, significa que só os holandeses/flamengos é que poderiam ter inventado um queijo sensaborão como o "flamengo", com aquela capa horrível vermelha para não o deixar curar. Não tem nada a ver com o queijo da ilha, que, admito, pode ter sido criado por holandeses. Não sabia, mas que havia muitos nos Açores, havia.

CMF disse...

Os queijos holandeses são fantásticos, Filipe. Quase todos de leite de vaca, sim, ao contrário do habitual na Península Ibérica, onde são maioritariamente de leite de ovelha e cabra. Mas há queijos muito, muito bons na Holanda. O queijo da ilha também é feito com leite de vaca, e segue a tradição flamenga (flamengos estiveram na origem da sua criação).
Se fores à Holanda, nem que seja uma passagem pelo Schippol de Amsterdão, aconselho-te o Rypenaer, em especial a versão com cura de 18 meses (podes encontrá-la nalgumas delicatessen do aeroporto). É um queijo que tem lugar cativo no meu top-10 mundial, um prodígio.

Rui Curado Silva disse...

assino por baixo do teu protesto contra o queijo limiano.

Quanto ao vinho verde, espero ter ocasião para te mostrar que há alvarinhos que batem largamente a brancaria e tintolaria aldrabada que se faz neste país (principalmente no Alentejo).

Deixo-te aqui uma sugestão (que não é fácil para iniciados):
http://www.vinogusto.com/fr/vino/48885/muros-de-melgaco-2006