2008/01/11

“Ota jamé!”

Entretanto era bom, como já aqui afirmei, que se percebesse que a nova travessia sobre o Tejo é uma estrutura necessária, independentemente da localização do novo aeroporto, pelo que os seus custos não devem ser a este imputados.
Por outro lado, não é a melhor escolha fazer depender as acessibilidades ao novo aeroporto da principal linha férrea e da principal autoestrada do país. Será que se imaginou o que era querer apanhar um avião e ficar encalhado no meio do trânsito de fim de semana? Ou não arranjar bilhetes para o comboio? Depender da A1/A8 (estradas movimentadas) e da Linha do Norte/TGV era uma grande desvantagem da Ota (a somar às outras todas, a começar pela nula expansibilidade e dificuldades de contrução). Por muito que isto custe aos meus amigos de Coimbra, o aeroporto deve mesmo ser “no meio do deserto”.

2 comentários:

Nelson disse...

a travessia ferroviária é importante. A rodoviária só é equacionada por causa do novo aeroporto. os custos a que o Vital Moreira se refere são os custos acrescidos do tabuleiro rodoviário.

Rui Curado Silva disse...

Caro Filipe,

a retórica sobre o "deserto" e o "jamais" nunca me interessaram.
O que te escrevi no 5 Dias é que o aeroporto na margem sul do Tejo (e não na margem Este do estuário como é o caso de Alcochete) seria uma péssima localização que só iria infernizar o acesso a talvez mais de 70% dos seus utilizadores.
Em Alcochete, o aeroporto estará próximo do "centro de massa" (tal como a OTA) dos utilizadores potenciais do aeroporto. Nunca me opus a Alcochete, opus-me sim à Portela+1 e ao aeroporto na península de Setúbal (margem sul). O problema é que o acesso do TGV que está a ser projectado é altamente prejudicial para os utilizadores do aeroporto a norte de Lisboa. Ou se encontra uma solução de acesso directo pelo norte (mais custos) ou o aeroporto ficará demasiado longe para os habitantes do centro do país que serão obrigados a dar a volta ao "milhar grande" para chegar a Alcochete. Sobretudo para quem vive na Beira Interior o percurso será ridículo, obrigando ao atravessamento do Tejo para chegar ao aeroporto - isto já sem falar de número de vezes que têm de mudar de comboio para chegar ao TGV.
O aeroporto do Porto que tem poucas opções de voo passa a ser a melhor opção para o Centro e Norte e provavelmente lá terá que se gastar mais para aumentar o Porto, com grande prejuízo de passageiros para Alcochete.