As eleições de sábado passado não acrescentaram nada de positivo ao Sporting. Se o clube já estava em crise, agora, mais dividido que nunca, melhor é que não ficou. Um presidente enfraquecido, de legitimidade questionada, era o que o Sporting menos precisava agora. Mas foi o que as urnas ditaram, e era um resultado previsível pelas sondagens. A trapalhada que constituiu a contagem de votos é que não era previsível. Um presidente de mesa da AG que teve o seu grande momento de glória com todas as televisões a transmitirem-no em direto, e que não nos deixou sem nos comunicar “que grande honra era para ele estar ali”. Estava mais preocupado consigo mesmo do que em fazer um bom trabalho: já nem falo dos resultados que foram “soprados” para a comunicação social antes da contagem ser encerrada (disso se calhar nem tem culpa, e as pessoas é que não deveriam levar a sério informação não oficial). Falo do inexplicável conceito de “afinar a contagem”, mas que afinal não era uma recontagem. Bem, a tal contagem afinada continua sem esclarecer, afinal, quantos sócios votaram, e por que há um número total diferente de sócios a votarem para os diferentes órgãos sociais. Conforme o órgão social à escolha, tanto podem ter votado 14619 sócios como 14535, 14588 ou 14589 – é só consultar esta página e fazer as contas. Esta é a “contagem afinada” do senhor presidente da AG. Este é mais um exemplo da competência das pessoas a quem o Sporting tem estado entregue. Pessoas escolhidas por José Eduardo Bettencourt, com certeza. Foi este tipo de pessoas que estiveram à frente do Sporting nos últimos dois anos. Esperemos que esta tenha sido a última “bettencorada” no clube. Mas receio bem que não.
A discrepância destes números, se não for esclarecida, parece-me uma boa base para se impugnarem as eleições, mas não parece dizer muito ao candidato oficialmente derrotado, Bruno de Carvalho. Em entrevista à SIC e ao jornal I, Bruno parece estar sobretudo interessado numa segunda volta com Godinho Lopes. Algo que até faria sentido e que os estatutos até deveriam prever quando o vencedor tivesse menos de 50% dos votos, uma situação até agora inédita. Mas… não prevêem. Assim não vai longe. Carvalho também se revela preocupado com a “tal” vantagem de 600 votos, que nunca foi anunciada oficialmente e sumiu, e acha “muito misterioso” a sua lista ter ganho a Assembleia Geral e perdido os outros órgãos sociais. Como se as eleições não fossem independentes e Eduardo Barroso um sportinguista conhecido e popular. Bruno de Carvalho mostra que não só não percebe nada do que se passou como ainda continua a falar e a proceder como um membro do "Directivo XXI". Confirmei-o mais uma vez: respeitá-la-ei se um dia se confirmar, mas não é esta a mudança que eu quero para o meu clube. Mas também não me agrada um presidente que parece uma múmia paralítica e, dadas as circunstâncias, cuja capacidade de mobilização dos sócios é nula. O futuro do Sporting não me parece nada risonho.
A discrepância destes números, se não for esclarecida, parece-me uma boa base para se impugnarem as eleições, mas não parece dizer muito ao candidato oficialmente derrotado, Bruno de Carvalho. Em entrevista à SIC e ao jornal I, Bruno parece estar sobretudo interessado numa segunda volta com Godinho Lopes. Algo que até faria sentido e que os estatutos até deveriam prever quando o vencedor tivesse menos de 50% dos votos, uma situação até agora inédita. Mas… não prevêem. Assim não vai longe. Carvalho também se revela preocupado com a “tal” vantagem de 600 votos, que nunca foi anunciada oficialmente e sumiu, e acha “muito misterioso” a sua lista ter ganho a Assembleia Geral e perdido os outros órgãos sociais. Como se as eleições não fossem independentes e Eduardo Barroso um sportinguista conhecido e popular. Bruno de Carvalho mostra que não só não percebe nada do que se passou como ainda continua a falar e a proceder como um membro do "Directivo XXI". Confirmei-o mais uma vez: respeitá-la-ei se um dia se confirmar, mas não é esta a mudança que eu quero para o meu clube. Mas também não me agrada um presidente que parece uma múmia paralítica e, dadas as circunstâncias, cuja capacidade de mobilização dos sócios é nula. O futuro do Sporting não me parece nada risonho.