2009/06/30

A revolta dos equiparados

Na notícia do Público on-line sobre a recente manifestação dos docentes do ensino politécnico, lêem-se comentários como:
"Os professores na sua grande maioria entraram por concurso. O que o senhor ministro quer é que se submetam a novo concurso colocando o seu lugar à disposição de outros que apesar de terem doutoramento e curriculo em investigação, nada fizeram para edificar o sistema politécnico e por isso, tiveram todo o tempo pago com bolsas para fazerem investigação."

Não é verdade que os professores em causa tenham entrado nos politécnicos e nas universidades através de um concurso propriamente dito: se fosse esse o caso, pertenceriam aos quadros dessas instituições. Mas o protesto tem a ver com os docentes que não pertencem ao quadro e que, como tal, nunca foram aprovados num concurso como os concursos devem ser, com um júri com membros externos. Estes docentes foram contratados a termo certo por concursos, sim, mas com júris exclusivamente internos. Em grande parte, foram isso sim contratados “por urgente conveniência de serviço”, o que é um belo justificativo para contratações ad-hoc, muitas vezes do compadre da esquina. Basta ler o Diário da República para confirmar, com regularidade, estas contratações “por conveniência de serviço”. Mas não os tais “concursos” com júris internos que referi: esses não vêm em Diário da República nem têm que ser divulgados. Na melhor das hipóteses estes concursos são anunciados (por exemplo, em jornais ou na net). Mas na maior parte das vezes um anúncio na secção de pessoal chega; os candidatos “convenientes” tomarão sempre conhecimento da vaga. Concursos públicos, publicados em edital e abertos a todos os candidatos qualificados, são os das bolsas de investigação dos tais que “não edificaram o sistema politécnico”.
Se é aborrecido ler comentários deste género (principalmente quando se é bolseiro, ou era até há pouco tempo), mais aborrecido se torna encontrar uma carta como a dos docentes do Instituto Politécnico do Porto, divulgada na sua página e apoiada por um sindicato, o Sindicato Nacional do Ensino Superior. Sindicato esse que até tem um Núcleo de Bolseiros entre os seus sócios. Que pensarão os membros desse núcleo de passagens como esta?
“Não é aceitável uma proposta que obrigue esses mesmos docentes, cujo mérito absoluto pode ser inquestionavelmente comprovado, ou por provas ou por concursos públicos a que já se submeteram no passado, ou por outras provas públicas que verdadeiramente se adeqúem a um regime de transição desta natureza, a disputar o seu posto de trabalho com um número indeterminado de candidatos, estes últimos sem quaisquer provas dadas de poderem vir a oferecer um bom serviço à Escola.”

É notável este receio de disputar o “seu” posto de trabalho “com um número indeterminado de candidatos”. E é eloquente esta ideia de que o seu “mérito absoluto” não possa ser questionado, mesmo se seja somente através de provas e avaliações internas. Mas o melhor é mesmo o medo xenófobo dos candidatos “sem qualquer provas dadas de poderem vir a oferecer um bom serviço à Escola.” Mesmo se estes candidatos defenderam teses nas melhores universidades e têm artigos publicados nas melhores revistas, algo que a maioria destes docentes não faz a mínima ideia do que seja. Só o que é da “Escola” é bom para a Escola.
Quando eu era bolseiro (e antes de conseguir um contrato com uma universidade pública, por meio de um júri internacional), muitas vezes me foi vedada a entrada nos concursos de admissão ao quadro destes institutos, com os argumentos mais estapafúrdios. Outras vezes, era admitido a concurso, e ficava (em conjunto com outros colegas bolseiros) sempre no fim da tabela. Os primeiros lugares eram sempre para candidatos internos. Mesmo assim, estes eram mais que o número de vagas, e os que perdiam impugnavam os concursos, com argumentos do tipo “o candidato vencedor tem mais publicações que eu, mas eu demonstro mais interesse pela Escola - sou membro da Assembleia de Representantes!” (Os bolseiros só não são membros das Assembleias de Representantes porque não os deixam.)
Sempre desconfiei que havia um preconceito contra os candidatos de fora, principalmente os bolseiros de investigação, nestes concursos. Foi preciso vir esta proposta do governo para tornar essa desconfiança cristalina - como é claro do comentário do Público online e da carta do ISEP. Pelo menos esse mérito essa proposta tem.
Uma das críticas que mais se ouvem a este governo é o de pôr os portugueses uns contra os outros. Da parte dos bolseiros de investigação, esta proposta não pode ser entendida por esse prisma. Em nenhum país desenvolvido uma reivindicação como esta teria lugar, uma vez nestes países ninguém tem lugar numa universidade sem ser doutorado. Em Portugal, devido a um estatuto totalmente anacrónico, as universidades e os politécnicos foram contratando temporariamente não-doutorados, que, baseados nessa tradição, tinham expectativas em entrarem automaticamente no quadro. Esses contratados tinham todas as regalias de um funcionário público. Ao mesmo tempo, os bolseiros de investigação (os melhores alunos das melhores universidades) tinham a mesma precariedade (e, ao contrário dos docentes, sem nunca saberem se teriam outra bolsa quando a actual se acabasse, e sem nenhuma protecção social, com descontos sobre o salário mínimo e sem subsídios de férias ou Natal).
Ninguém quer excluir esses docentes temporários dos concursos para posições do quadro. Tudo o que os bolseiros pedem é igualdade de oportunidades no acesso a estes lugares. Seguramente, muitos dos candidatos internos que a eles concorrem são competentes. Por outro lado, essa igualdade de oportunidades não pode traduzir-se numa indistinção nos critérios de avaliação. Não é legítimo pretender-se que o currículo de investigação de um docente do ensino politécnico seja o mesmo que o de um bolseiro (ou, sequer, de um docente de uma universidade). Mas da mesma forma não é legítimo pretender-se que a experiência docente seja a mesma. Ora estes concursos valorizam sempre muito mais a experiência docente que a de investigação, se é que dão algum valor à investigação de todo!
O que se pretende, portanto, é que a nenhum candidato competente seja negada à partida a possibilidade de se candidatar a essas vagas, de forma a estas serem sempre preenchidas pelos melhores candidatos. Para optimizar o esforço que tem sido feito na formação de recursos humanos em Portugal. E sobretudo para garantir um melhor ensino superior às gerações futuras! Infelizmente, não parece ser essa a vontade de muitos desses docentes, a começar pelos sindicatos.

2009/06/26

Strings 2009

Decorre esta semana (acaba hoje) a conferência anual, este ano em Roma. O nosso leitor (e colega) Pedro Gil Vieira fala hoje à tarde. Creio que é a primeira vez que um português (ainda por cima bastante jovem) fala numa conferência Strings, para mais numa sessão de encerramento. Parabéns, Pedro.

Morreu o Thriller

2009/06/25

GNR no São João

Quero que você me aqueça no trabalho... e o público que complete: e que tudo o mais vá... É assim a versão dos GNR da clássica de Roberto Carlos Quero que você me aqueça neste Inverno e que tudo mais vá para o inferno.
Por incrível que pareça nunca tinha visto os GNR ao vivo até ao concerto na Casa da Música. Confirmei que Rui Reininho continua uma grande personagem, e tem uma excelente presença em palco. O meu São João valeu a pena sobretudo por isto.

2009/06/23

Não resisto ao centralismo tripeiro

O São João de Braga até pode ser muito bonito, mas eu vou mas é para o Porto. Quem já lá esteve no São João não resiste a voltar. O Rui Reininho e cia. chamam-me. E os martelinhos e o alho porro. Bom São João para todos.

2009/06/22

O nosso Berlusconi

Texto muito pertinente de Joel Neto no DN: O nosso Berlusconi.
Se alguma conclusão se pode tirar do frenesi subitamente gerado em torno de José Eduardo Moniz, é que Moniz está disponível. Disponível para o Benfica, disponível para "projectos", disponível para mudar de vida. De maneira nenhuma a expectativa teria chegado onde chegou se Moniz não se tivesse empenhado em marcar a actualidade. E de maneira nenhuma Moniz quer que a expectativa pare por aqui, ou não teria admitido que, em condições ligeira- mente diferentes, a história seria outra. Faz sentido. Depois de quinze anos a conceber, consagrar, manter e reforçar a liderança da TVI, José Eduardo Moniz tem mais do que razões para considerar chegada a hora de fazer outra coisa. Por outro lado, custa a acreditar que se trate apenas de futebol. Quem assiste àquela declaração em que Moniz diz ter desistido de uma candidatura à presidência do Benfica encontra ali muito mais o discurso de um político do que o discurso de um líder do futebol.

Se Moniz sair um dia da TVI para o Benfica, isso será mau para a TVI, mas bom para tudo o resto: para o Benfica, para a SIC, para a RTP - e mesmo, se calhar, para a qualidade média da televisão nacional. Pelo contrário, se acumular um dia as duas coisas, reeditando em Portugal o projecto tentacular que levou Berlusconi ao poder em Itália, isso será bom para o Benfica, razoável para a TVI, mau para a SIC e a RTP - e verdadeiramente péssimo para a qualidade da nossa televisão (pelo menos).

2009/06/19

65 anos - flor da idade

...e eu nunca, jamais me canso de o ouvir. Ouço-o tanto, e de tanto o ouvir ainda descubro novos aspectos de interesse nas suas canções. Parabéns, meu caro amigo.

2009/06/18

Má propaganda


Ana Bola a dizer que "não aparenta mais de 40 anos" pode ser uma boa propaganda. Excepto para uma marca de óculos. É que dá para duvidar da qualidade das lentes...

2009/06/17

António Ruella Ramos (1938-2009)

Depois de Fernando Piteira Santos e da sua mulher Stella, desaparece o director do Diário de Lisboa, jornal de referência da oposição ao salazarismo e o jornal da minha infância.

2009/06/16

Vantagens da edição da Europa-América de um romance que eu cá sei

A tradução da Europa-América do Guerra e Paz de Leão Tolstoi até pode ser má (embora seja de Isabel da Nóbrega e João Gaspar Simões, o que nem me parece assim tão mau). E tem uma grande vantagem: a páginas tantas (42, para ser exacto) lê-se:
Entabulou-se uma conversa tão pouco importante...
Nem todas as traduções, nem todas as edições, nem todos os romances inspiraram o Sérgio Godinho. Duvido muito que alguma edição da Penguin o tenha feito.

2009/06/13

Nos feriados e no Santo António

Os transportes públicos na região de Lisboa continuam a mesma organização.
Para apanhar o comboio para a Linha de Cascais, é preciso um cartão "Lisboa Viva". Na Estação do Cais do Sodré, uma multidão de lisboetas quer ir à prais no feriado e não sabe da novidade. Só uma das seis máquinas está em funcionamento.
Ontem, a Avenida da Liberdade estava encerrada ao trânsito a noite toda, e não funcionavam os autocarros da Rede da Madrugada (a não ser que fosse só a partir do Marquês de Pombal). Mas ninguém avisava quem esperava por estes autocarros no Rossio e nos Restauradores. Nas paragens lia-se "serviço perturbado" (mas não interrompido), e o tempo de espera era sempre "10 minutos". Após mais de vinte à espera, pus os pés a caminho e subi a avenida. Nenhum autocarro podia ali passar.

2009/06/09

75 anos de Donald



The band concert, a mais perfeita e prodigiosa curta-metragem de animação já realizada, tal como já afirmei no aniversário do Mickey. É a melhor homenagem que eu posso fazer ao Donald: passar um filme onde ele é a verdadeira estrela. Mas eu gosto é do Patinhas...

Suspendamos a democracia por quatro meses

Rangel: governo "está inibido de tomar decisões que retirem capacidade de manobra aos governos seguintes".

Copiam o Sporting em tudo

Eleições no Benfica a 3 de Julho.

2009/06/08

No rescaldo das europeias

  1. Parece ser unânime culpar Vital Moreira pela má prestação do PS. Não sei se isso é verdade ou não; da minha parte, não concordo. Quando se repete tantas vezes que “não houve debate sobre a Europa”, esquece-se que Vital foi o único candidato que o procurou introduzir. E com propostas europeístas (que pouco tinham de nacionalistas): o não-apoio a Barroso no Parlamento Europeu (espero que Vital seja consequente com essa sua proposta, independentemente do que o PS decidir) e o imposto europeu. Vital só esteve mal, a meu ver, na última semana, ao associar o PSD ao BPN. É pena que o PS não tenha sabido respeitar a independência do seu cabeça de lista – o político mais atacado, por todos os lados, nesta eleição. Vital Moreira, repito-o, parece-me ser o grande injustiçado destas eleições.
  2. Votei no Bloco de Esquerda, como aqui referi. Genericamente (e para isto eu não preciso de grandes campanhas eleitorais), o meu voto nas eleições europeias seria do Bloco de Esquerda, excepto por algum motivo excepcional. Sou europeísta, e não concordo com um bloqueio da construção europeia como forma de protesto (nisto estou em desacordo com o Bloco). Mas o Bloco é também um partido europeísta (ao contrário do “soberanista” PCP). E há que reconhecer que a Europa não vai nada bem, com os cidadãos a serem cada vez mais afastados dos processos de decisão (veja-se o caso da aprovação do recente Tratado de Lisboa). Insistir em prosseguir sem um verdadeiro apoio popular pode resultar num equívoco trágico. Numa situação em que os eleitores sejam chamados a pronunciar-se sobre esse processo (um referendo), provavelmente votarei contra o Bloco; por agora, entendi votar em quem defenda esse processo. Acresce que conheço pessoas do Bloco de Esquerda que votariam “sim” nesse referendo (o Rui Curado Silva e o Rui Tavares que, embora independente, é um eurodeputado eleito).
  3. O Rui Tavares. Como disse, o meu voto nestas eleições à partida seria naturalmente no BE. Para além disso, fico muito feliz por este meu voto ter contribuído para eleger um amigo (algo que não contribuiu para a minha decisão) e, principalmente, alguém que, tenho a certeza, vai ser um excelente deputado europeu. Espero que a eleição do Rui contribua para aproximar a Europa dos cidadãos.
  4. Finalmente (por hoje), os resultados nacionais. Estive na quinta feira no comício de encerramento da campanha do bloco em Braga. Ouvi Miguel Portas dizer coisas acertadas, mas outras irresponsáveis (criticar o governo pelo aumento das idades da reforma, sem se preocupar com a sustentabilidade da segurança social, ou criticar a avaliação dos professores sem propor uma alternativa que não fosse deixar tudo na mesma - mal). Tive de me vir embora; se ficasse para ouvir Francisco Louçã, iria acabar por mudar o meu sentido de voto mesmo nas europeias. Votei no Bloco porque estas são eleições europeias, nas quais eu votei a pensar na Europa e no mundo (e é o Bloco quem melhor me representa nestes assuntos, dos grandes partidos portugueses). Não é legítimo interpretar o meu voto à luz de política nacional. É muito pouco provável que o Bloco possa contar com o meu voto para as legislativas.

2009/06/07

Uma exposição interessante

"O frigorífico de Einstein", no Museu da Electricidade em Lisboa. Encerrava hoje (dia em que a fui ver). Se não vale como recomendação, vale como reconhecimento.

2009/06/05

Gaiteiros em Braga

O Pedro Morgado não refere, mas esta noite a cultura em Braga vai passar muito por um concerto dos Gaiteiros de Lisboa na Avenida Central. Será por ser também o comício de encerramento da campanha do Bloco de Esquerda, e o Pedro querer manter o blogue neutro? Ou será alergia ao nome "Gaiteiros de Lisboa"? De qualquer maneira fica aqui a informação. Lá estarei para ouvir. E para dar o meu apoio.

Entre a Manuela Moura Guedes e o Pedro Tadeu, ao menos este é de esquerda...

2009/06/04

Eleições (1)

As do Sporting, antes do dia do voto: não há presidentes perfeitos. José Eduardo Bettencourt é um betinho insuportável (e mais ainda o seu sobrinho Pedro Granger). Ainda assim, enquanto a oposição se resumir a candidatos como Sérgio Abrantes Mendes ou, agora, Paulo Pereira Cristóvão, não vejo melhor alternativa para o Sporting que a actual linha de dirigentes.

Ilustríssimo sr. Vasco...

...essa do Carlos Castro da blogosfera tem autor. (Se esse estaminé onde escrevem aceitasse comentários, eu deixaria lá um em vez de estar aqui a escrever.)

2009/06/03

Crónica da Rússia (2)

Apesar do excelente sistema de metro, o tráfego automóvel tem vindo a aumentar em Moscovo nos últimos anos. Com excepção da Rua Arbat, Moscovo não é uma cidade muito simpática para os peões, que frequentemente para atravessarem as artérias principais têm que recorrer a passagens subterrâneas (é a única possibilidade). Existem polícias em toda a parte que não deixam os peões saírem das áreas designadas.
Esta experiência estende-se, para meu grande espanto, dentro do Kremlin, uma área protegida onde só circulam meia dúzia de viaturas do Estado. Mesmo assim, essas viaturas têm para elas reservadas várias vias, que os peões não podem sequer atravessar.
Compreendo que aquelas viaturas seguem em trabalho e que aquele é um território do estado russo, que é permitido aos turistas visitar (após desembolsarem uma bela maquia), mas ainda assim é território oficial. O que não ficaria mal ao estado russo seria explicar isso delicadamente aos seus visitantes de todas as nacionalidades, que pagaram para entrar, em vez de se limitarem a ter uns polícias que só falam russo a apitarem e a dirigirem-se com maus modos aos prevaricadores.

2009/06/02

Crónica da Rússia (1)

Os russos são um povo mais ou menos simpático, mas com a mania das grandezas, indisciplinado e que gosta muito de beber. Exactamente a impressão que eu tinha.
A falta de conhecimentos de inglês dos russos é geral, mesmo em cidades maiores como Moscovo. No laboratório onde estive, frequentado por muitos cientistas de todo o mundo, os empregados não falam inglês. Perguntar a alguém o caminho, ou outra coisa qualquer, é um tormento. Como um bom povo imperialista, não só os russos não falam outra língua que não a sua, como ainda acham que toda a gente deve entendê-la. E assim se se perguntar o caminho para algum lugar, levamos logo uma explicação detalhada em russo. Uma explicação que é uma pura perda de tempo, e que me fazia desesperar, mais a minha impaciência nova-iorquina. Várias vezes tal me sucedeu; várias vezes estive para os interromper e dizer em inglês: “Poupa o teu fôlego. Eu só vou olhar para o que me indicares com as mãos!”
Nesse aspecto os franceses são melhores. Mais eficientes. Também julgam que toda a gente deve falar francês, mas não perdemn muito tempo a explicar. Quem não perceber, pelo menos não perde tanto tempo a ouvi-los. Os franceses são antipáticos, e por isso são-me muito simpáticos. Os russos deveriam aprender com eles.

2009/06/01

De volta da Rússia, para o Cinco Dias

Escrevi uma versão deste comentário (de que já não disponho - alterada, mas no essencial a mesma coisa) neste texto do Cinco Dias. Não foi publicado. Não creio que o autor do texto tenha alguma coisa a ver com isto. Fica aqui o comentário para a posteridade.

"Possibilidade da TVI" e "possibilidade de a TVI" são duas coisas bem diferentes. A contracção do "de" com o "a" só se aplica quando ambos se referem a um substantivo. No caso concreto referido, "possibilidade de a TVI ter posto em causa", o "de" aplica-se ao verbo, a "ter posto em causa". "A TVI" poderia nem estar na frase: poderia ser somente ""possibilidade de ter posto em causa". Como o "de" se aplica ao verbo e o "a" ao substantivo (a TVI), não há lugar a qualquer contracção.

Nos próximos dias conto ir fazendo um relato da Rússia.